O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez neste sábado um “veemente apelo” aos portugueses para que vão votar nas eleições autárquicas de domingo, porque participar neste ato eleitoral “é mais importante do que nunca“. Na curta mensagem gravada, manifestou a “profunda gratidão” ao autarcas, por todo o país, que foram decisivos para atravessar a crise pandémica e acrescentou que os próximos autarcas eleitos vão ser recebidos com “exigente esperança“.

As eleições deste domingo, “as décimas terceiras eleições locais da nossa Democracia são, no entanto, as primeiras marcadas por três crises ao mesmo tempo – a da pandemia, a da economia e a da sociedade”, afirmou o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “a memória das pessoas é, frequentemente, curta” mas, “desta vez, não esquecemos nem esqueceremos” o facto de a aproximação a estas eleições ter sido feita num contexto de estado de emergência, de estado de calamidade – “muitas dessas restrições duraram até à própria campanha eleitoral, em setembro”.

A notável aventura coletiva da vacinação ia ganhando o combate contra a pandemia – mérito do pessoal da Saúde, de instituições e serviços básicos, de autarcas, das Forças Armadas e da maioria esmagadora dos Portugueses”.

“Para a coragem cívica de todas e de todos que se empenharam em longas e difíceis campanhas, vai o nosso acrescido reconhecimento”, atirou Marcelo, acrescentando que “só quem foi candidato a autarca em tempos muito, muito mais simples – eu sei do que falo – pode entender bem o que é fazer campanha numa situação como esta”.

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“Profunda gratidão” para “autarcas de todas as sensibilidades”

Marcelo Rebelo de Sousa salientou, também, “o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades – no poder ou na oposição – ao longo do último ano e meio”. Para esses, “vai a nossa profunda gratidão“. E, “em especial, para aqueles que nos deixaram ao serviço das populações”, acrescentou o Presidente da República.

“Para quem vier a ser eleito, tendo a missão essencial de recuperar da mais inesperada e abrupta crise do último século, vai a nossa exigente esperança“, atirou.

Para os eleitores, “votar amanhã [domingo] é mais importante do que nunca“. “É um redobrado dever de consciência. Por memória deste ano e meio que não esqueceremos. Por vontade de sair da crise definitivamente e de recomeçar a viver a vida a que todos temos direito”, concluiu.

[Leia a mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa na íntegra]

“Portugueses,

As eleições de amanhã, as décimas terceiras eleições locais da nossa Democracia são, no entanto, as primeiras marcadas por três crises ao mesmo tempo – a da pandemia, a da economia e a da sociedade.

Nós sabemos que a memória das pessoas é, frequentemente, curta. Mas, desta vez, não esquecemos nem esqueceremos.

Até ao início de maio, vivíamos em estado de emergência. Em junho, em estado de calamidade.

As restrições permaneciam quando as eleições foram convocadas, em julho, e as candidaturas apresentadas, em agosto. E muitas dessas restrições duraram até à própria campanha eleitoral, em setembro. À medida que a notável aventura coletiva da vacinação ia ganhando o combate contra a pandemia – mérito do pessoal da Saúde, de instituições e serviços básicos, de autarcas, das Forças Armadas e da maioria esmagadora dos Portugueses.

Tudo isto, numas eleições que envolveram não dezenas ou centenas de portugueses, mas centenas de milhares de candidatos para três mil e noventa e duas Assembleias de Freguesia, trezentas e oito Assembleias Municipais e mais trezentas e oito Câmaras Municipais.

Para a coragem cívica de todas e de todos que se empenharam em longas e difíceis campanhas, vai o nosso acrescido reconhecimento.

Só quem foi candidato a autarca em tempos muito, muito mais simples – eu sei do que falo – pode entender bem o que é fazer campanha numa situação como esta.

Para o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades – no poder ou na oposição – ao longo do último ano e meio, vai a nossa profunda gratidão.

Em especial, para aqueles que nos deixaram ao serviço das populações.

Foram excecionais a acorrer a casos dramáticos, tantas vezes sem meios, sem tempo, para tamanhas urgências. Em casas, em lares, em escolas, em locais de trabalho e em unidades de saúde.

Descobriram material de proteção sanitária, testes, ventiladores, improvisaram espaços de isolamento profilático, serenaram emigrantes, ajudaram infetados, apoiaram desempregados e insolventes, choraram mortos e deram força a vivos.

É isto ser-se autarca. E, ser-se autarca, numa crise, na saúde, na economia e na sociedade.

Para quem vier a ser eleito, tendo a missão essencial de recuperar da mais inesperada e abrupta crise do último século, vai a nossa exigente esperança.

Finalmente, para os eleitores, vai o meu veemente apelo.

Um apelo como Presidente da República, mas também como português.

Votar amanhã é mais importante do que nunca.

É um redobrado dever de consciência.

Por memória deste ano e meio que não esqueceremos.

Por vontade de sair da crise definitivamente e de recomeçar a viver a vida a que todos temos direito.”