Mais de uma centena de empresas brasileiras defenderam esta segunda-feira que o país assuma a liderança no combate às alterações climáticas numa carta divulgada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

A carta – assinada por representantes de 107 empresas brasileiras e multinacionais sediadas no país, além de 10 entidades do setor – indica que o mundo precisa atender ao apelo expresso no Acordo de Paris em 2015 contra o agravamento e os efeitos das alterações climáticas.

O mundo precisa urgentemente caminhar para uma economia de baixo carbono e o setor empresarial no Brasil reconhece sua responsabilidade nessa transformação.”

Sob o título “Empreendedores pelo Clima”, a carta será apresentada ao Governo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e levada pelo setor à COP26, conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas que acontecerá na cidade escocesa de Glasgow, em novembro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre as empresas signatárias estão as maiores corporações que operam no país, como as gigantes fabricantes de carne BRF e JBS, as petrolíferas Shell, Cosan e Ipiranga, as produtoras de celulose Suzano e Votorantim, o banco Bradesco, a operadora móvel Vivo e a empresa farmacêutica Bayer, entre outras.

Segundo a carta, o Brasil deve buscar “um papel de liderança nas negociações climáticas” pelos múltiplos recursos naturais que o país possui e pela capacidade de sua população, vantagens que o setor qualificou de comparativas e extraordinárias.

“Esta é uma oportunidade única para o Brasil ser competitivo e melhorar as condições de vida da população, em linha com as novas prioridades em torno das quais o mundo se move”, defenderam os signatários na carta.

Para isso, os empresários propõem o desenvolvimento de um marco político e regulatório que ajude a atingir os objetivos traçados para a preservação do meio ambiente e o combate à desflorestação ilegal.

A carta ressaltou, ainda, que, nas vésperas do evento de Glasgow, ações devem ser tomadas no sentido de evitar um aquecimento global acima de 1,5ºC em relação ao período pré-industrial.

“É preciso também adotar regras que permitam o desenvolvimento de mercados de carbono voluntários e regulados no Brasil, com práticas transparentes na contabilização das emissões e sua conexão com os mercados mundiais, garantindo a qualidade ambiental e a integridade dos créditos de carbono para negociar e cooperar”, concluiu o documento.