A presidente eleita da Câmara de Portalegre, Fermelinda Carvalho (PSD/CDS-PP), congratulou-se este domingo com a vitória, prometendo “trabalhar” para desenvolver um concelho que considera estar “no fio da navalha”, em relação a outras capitais de distrito.

“Temos que virar o rumo deste concelho. Como eu já disse está no fio da navalha, se não se inverter pode ser irremediável. Acho que Portalegre tem perdido muito, não se tem desenvolvido e nós vamos trabalhar para mudar o rumo de Portalegre”, disse, em declarações à agência Lusa.

Fermelinda Carvalho, que está a cumprir o terceiro e último mandato no concelho vizinho de Arronches, também no distrito de Portalegre, eleita pelo PSD, venceu no domingo a Câmara de Portalegre, que é gerida há dois mandatos por Adelaide Teixeira, do movimento Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP).

“É uma grande vitória, ainda para mais passarmos de 4.ª força política para 1.ª, numa capital de distrito. Eu não sei se há memória de algo idêntico”, sublinhou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo a presidente eleita, a coligação que encabeçou fez “uma campanha muito humilde, muito discreta, com um orçamento muito reduzido, com uns cartazes ‘mini'”.

“Mas não é a ostentação, a vaidade, que se traduz em voto, as pessoas gostam cada vez mais de políticos humildes, discretos e competentes. Nós estamos cá para trabalhar por Portalegre, vamos fazer muita coisa”, acrescentou.

Melhorar os serviços de higienização urbana e concluir as obras na Zona Industrial de Portalegre, são duas das primeiras metas que a nova presidente da câmara quer “de imediato” atingir quando tomar posse.

Contactado pela Lusa, o candidato do PS, Luís Moreira Testa, disse estar de “consciência tranquila”, uma vez que apresentou um programa eleitoral e desenvolveu uma campanha “digna e com elevação”.

“Prestei os esclarecimentos que tinha para prestar, não tenho assim propriamente uma explicação que tenha determinado este resultado eleitoral”, notou.

Adelaide Teixeira, que perdeu a liderança da Câmara de Portalegre, disse por sua vez à Lusa que vai assumir a função de vereadora, para “ajudar” o concelho no futuro.

“Foi uma honra para mim, um grande privilégio servir Portalegre enquanto presidente de câmara e agora irei, evidentemente, assumir as minhas funções e dar o meu melhor para ajudar Portalegre, até porque saio de consciência tranquila, com a casa arrumada. Conseguimos pôr as coisas em ordem”, disse.

Adelaide Teixeira recordou ainda que Portalegre tem “vários projetos em curso” e está a captar empresas.

“Quero que essas empresas venham para Portalegre e, para elas virem para Portalegre, nós temos de nos manter como vereadores”, acrescentou.

A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições autárquicas com 38,39% dos votos, tendo conquistado três mandatos.

Já o PS ficou com dois mandatos (25,35% dos votos) e a CLIP com outros dois mandatos (25,12% dos votos).

A CDU não conseguiu manter o vereador eleito em 2017, tendo alcançado 6,56% dos votos, o partido Chega ficou-se por 1,95% dos votos e o Bloco de Esquerda 0, 41%, num concelho em que, dos 20.033 eleitores inscritos, foram às urnas 64,92%.