O Paquistão é um dos países do mundo onde a paz está mais em risco, de acordo com o índice Normandia 2021 do Parlamento Europeu (PE), que será apresentado esta semana.

O país asiático com armas nucleares surge em 131.º lugar entre 137, mas os países classificados a seguir já estão em guerra em diferentes graus, como a Síria, o Iémen ou a Somália, ou muito instáveis, como o Sudão do Sul.

As relações com grupos terroristas, a interferência militar, as relações tensas com a Índia, o separatismo, a vulnerabilidade às alterações climáticas e uma situação financeira crítica contribuem para a instabilidade de um país afetado pela intolerância religiosa”, lê-se no relatório do PE, citado pela agência France-Presse.

Sobre o Paquistão, os autores dizem ainda que o “dualismo crónico entre o poder político e militar, com o papel controverso do ISI [agência de inteligência militar], impediu as instituições civis de assumirem o controlo direto do Estado”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O relatório do PE e do ‘think-tank’ Instituto para a Economia e Paz (IEP) será apresentado no Fórum da Paz da Normandia, que se realiza na quinta e na sexta-feira, na cidade francesa de Caen.

O relatório avalia o “nível de vulnerabilidade ao conflito de 137 atores (136 países da ONU, com os 27 Estados-membros da União Europeia contados como um único ator)”, de acordo com uma declaração da região da Normandia (oeste da França).

O índice tem em conta “11 níveis de ameaças definidos na estratégia global da União: alterações climáticas, cibersegurança, processos democráticos, crises económicas, insegurança energética, estados frágeis, homicídios, liberdade de imprensa, terrorismo, conflitos violentos e armas de destruição maciça”.

A Noruega é o país onde a paz está menos ameaçada de acordo com estes critérios, à frente da Suíça.

O país que mais subiu na classificação foi a Eritreia, de 109.º para 100.º, e o Zimbabué foi o que mais caiu, ao perder 21 posições, para o 122.º lugar.

A quarta edição do Fórum da Paz Mundial da Normandia deveria ter-se realizado em junho, mas foi adiada para 30 de setembro e 1 de outubro, devido à pandemia de Covid-19.

“O Índice da Normandia é um instrumento essencial para identificar e compreender as ameaças existentes e as novas ameaças”, disse o presidente da região da Normandia, Hervé Morin, citado pela AFP.

O presidente do Parlamento Europeu, David Maria Sassoli, considerou-o como um instrumento para “informar os decisores políticos”.