O aborto inseguro provoca 9% das mortes maternas (mulheres em gravidez ou parto) em Moçambique, entre os 14 e os 21 anos, segundo a Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas (AMOG), indicando que, ainda assim, há uma tendência de redução.

“Uma das estatísticas mais recentes indica que 9% das mortes maternas no país ainda são devido a aborto inseguro”, disse Nafissa Osman, porta-voz da AMOG, citada esta terça-feira pela Agência de Informação de Moçambique.

A responsável falava na segunda-feira durante uma conferência de imprensa, em Maputo, a propósito do Dia Internacional de Ação pelo Aborto Seguro e Legal, que se assinala esta terça-feira sob o lema “Aborto Seguro é Serviço Essencial de Saúde: menos restrições”.

A taxa de mortalidade devido ao aborto inseguro reduziu-se de 13% para 9% em Moçambique graças à divulgação da lei do aborto legal e seguro em vigor no país, referiu a AMOG, citando um estudo feito em 2020.

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Apesar da redução, Nafissa Osman considera que o aborto inseguro “ainda é um problema de saúde pública“, referindo que o foco é a sua eliminação para evitar a morte de mais mulheres no país.

“Resposta só teremos quando conseguirmos oferecer aborto seguro a todas as mulheres que precisam”, frisou, apelando para que os profissionais de saúde “não julguem os pacientes que procuram” os serviços.

O aborto inseguro está classificado como uma das cinco principais causas de mortalidade materna em Moçambique.

De acordo com o último censo populacional, o rácio de mortes maternas é de 452 mortes por 100.000 nados vivos, o que continua a colocar Moçambique entre os países onde as mulheres têm elevado risco de morte durante a gravidez, parto e período pós-parto.