O Mais Sindicato manifestou-se esta terça-feira preocupado com o encerramento “de forma desumana” de balcões bancários “em várias localidades” dos Açores, e apelou ao Governo Regional e autarquias para que mostrem o seu “desagrado” com estas instituições.

“Vamos entregar ao chefe de gabinete do secretário regional das Finanças e Planeamento um manifesto de descontentamento dos representantes das secções regionais de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta para com as instituições que têm tratado mal os trabalhadores bancários, na sequência do encerramento de balcões em localidades em que não existe nenhuma instituição bancária”, adiantou à agência Lusa Afonso Quental, secretário coordenador daquele sindicato da banca.

Os secretariados das secções regionais dos Açores do Mais Sindicato, acompanhados de um membro da direção e do representante da UGT Açores, entregaram esta terça-feira pelas 16h locais (17h em Lisboa) uma comunicação na Secretaria Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, com conhecimento ao presidente do Governo dos Açores e ao gerente do Banco de Portugal (Delegação de Ponta Delgada), segundo informaram.

“Este manifesto apela a estas autoridades para que mostrem o seu desagrado para com as instituições que encerraram de forma desumana balcões em localidades que ficaram sem nenhuma agência bancária”, explicou Afonso Quental.

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O dirigente sindical disse que “há instituições que sem dó, nem piedade, chegam aos sítios e fecham” as agências.

“A nossa preocupação não é só com os trabalhadores, mas também temos uma preocupação com os clientes, alguns já há mais de 30 anos, e que são praticamente uma família. São pessoas já com alguma idade, principalmente nos meios rurais, e custa muito quando ficam sem nenhuma agência bancária”, apontou.

Afonso Quental não precisou quantos postos de trabalho podem estar em causa, alegando que “há muitos” trabalhadores que “estão a ser contactados”.

“Há balcões que já foram encerrados em São Miguel, nas Lajes do Pico, na Praia da Vitória, na Terceira, e noutros sítios e não se sabe o que vem para o futuro”, denunciou.

Afonso Quental reforçou que o manifesto “mostra” as preocupações perante a situação na banca.

O manifesto “vai também no sentido de apelar ao Governo Regional” (de coligação PSD/CDS-PP/PPM) para que “esteja solidário e mostre este descontentamento às instituições, não movimentando, através dos bancos que tratam mal os trabalhadores e as populações mais desfavorecidas, os dinheiros que vêm da bazuca europeia do Plano de Recuperação e Resiliência”, sublinhou.

O documento será também enviado aos presidentes das câmaras municipais de Ponta Delgada, Ribeira Grande e Lagoa, em São Miguel, e ao presidente do Governo Regional, a quem o Mais Sindicato vai solicitar reuniões.

“Apelamos ao desagrado para com as instituições que encerraram de forma desumana balcões em localidades que ficaram sem nenhuma agência bancária e que têm pressionado os trabalhadores a aceitarem de forma pouco linear as RMA [Rescisões por Mútuo Acordo]”, afirmou Afonso Quental.