A plataforma de vídeos online Youtube, detida pela Google, anunciou que vai banir todos os conteúdos anti-vacinas e utilizadores que publiquem vídeos a defender esta medida. Em comunicado, a empresa explica que vai proibir todos os conteúdos que aleguem “de forma falsa que as vacinas aprovadas são perigosas e que causam efeitos crónicos na saúde”.

De acordo com Neal Mohan, diretor de produto do Youtube, as medidas vão ter efeitos imediatos. Contudo, como explica a empresa, vão existir “exceções importantes”. Entre elas, estão publicações sobre “políticas de vacinas, novos ensaios de vacinas e os sucessos ou fracassos vacinais históricos”. A plataforma continuará também a permitir “testemunhos pessoais relacionados com as vacinas” desde que o “vídeo não viole outras Diretrizes da Comunidade ou que o canal não mostre um padrão de promoção de hesitação à vacina”.

Relativamente aos vídeos que passam a ser proibidos, o Youtube especifica que serão publicações que tenham alegações como “as vacinas não reduzem a transmissão ou a contração da doença ou que contenha informações incorretas sobre as substâncias contidas nas vacinas”. “Isto inclui conteúdo que afirme falsamente que as vacinas aprovadas causam autismo, cancro ou infertilidade, ou que as substâncias nas vacinas podem rastrear quem a recebe”, acrescenta a plataforma.

As nossas [novas] políticas não cobrem apenas imunizações de rotina específicas, como para sarampo ou hepatite B, mas também se aplicam a declarações gerais sobre vacinas”, diz o Youtube.

Esta não é a primeira vez que o Youtube toma medidas com o objetivo de tentar conter a desiformação quanto a temas de saúde. Desde que começou a pandemia de Covid-19 que a plataforma tem mudado as regras do site e criou 10 regras para vídeos relacionados com o vírus. Devido a esta medida, o Youtube removeu mais de 130 mil vídeos desde outubro de 2020.

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Temos visto constantemente falsas alegações sobre as vacinas contra o coronavírus espalharem-se pela desinformação sobre as vacinas em geral, e, agora, estamos em um ponto em que é mais importante do que nunca expandir o trabalho que iniciámos com COVID-19 para outras vacinas”, refere Neal Mohan.

Como avançaram vários órgãos de comunicação social como o The Washington Post, a aplicação destas novas regras já levou a que ativistas anti-vacinas com muitos seguidores no Youtube como Joseph Mercola e Robert F. Kennedy Jr. ficassem com as contas banidas do site.

O YouTube adianta que tem trabalhado “em estreita colaboração com as autoridades de saúde” para implementar estas novas medidas. Além disso, a plataforma refere que tem tentado encontrar maneira de ter “uma plataforma aberta com a necessidade de remover conteúdo nocivo flagrante”.