Pelo menos 116 pessoas morreram numa prisão em Guayaquil, no Equador, e mais de 80 ficaram feridas na sequência de confrontos entre gangues rivais. O Presidente equatoriano, Guillermo Lasso, declarou um estado de exceção para o sistema prisional para tentar pôr fim ao motim.

“Acabo de decretar o estado de exceção em todo o sistema prisional em nível nacional”, anunciou Lasso no Twitter. “Em Guayaquil, presidirei a uma comissão de segurança para coordenar as ações necessários para controlar a emergência, garantindo os direitos humanos de todos os envolvidos”, acrescentou o Presidente equatoriano.

Com a declaração de estado de exceção, explica a Associated Press, o governo fica com poderes reforçados para enviar polícias e militares para o interior das prisões. A decisão surge um dia depois de um motim em Guayaquil, com gangues rivais ligados a cartéis de droga no México a lutarem pelo controlo da prisão.

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Pelo menos 79 mortos durante confrontos em prisões no Equador

A prisão de Guayaquil é considerada uma das mais perigosas do Equador e no local estão detidos membros dos Los Choneros, um gangue equatoriano com ligações ao poderoso cartel de droga de Sinaloa, no México, e dos Los Lobos.

A violência começou a intensificar-se na terça-feira e desde então a situação ficou fora de controlo, com os prisioneiros a usarem facas e armas de fogo, existindo ainda relatos de granadas que explodiram no interior da prisão. De acordo com a Reuters, pelo menos seis prisioneiros foram decapitados.

À medida que as forças de segurança conseguem restabelecer o controlo, às portas de Guayaquil juntam-se familiares dos prisioneiros, desesperados por saberem novidades.

Pelo menos 18 reclusos mortos e nove polícias feridos durante confrontos em duas prisões no Equador

O motim em Guayaquil é já considerado o mais violento da história do Equador, num ano que tem sido marcado pela violência nas prisões. Em fevereiro, em confrontos simultâneos em três prisões, morreram 79 pessoas. Cinco meses depois, em julho, morreram mais 22 prisioneiros. As lutas entre gangues para o controlo das prisões esteve sempre na origem da violência.