A greve parcial dos trabalhadores dos CTT de Santarém, que se iniciou em 8 de setembro e terminou esta quinta-feira, teve “algum impacto” na distribuição de correio, afirmou a empresa, aguardando informação sobre a greve geral marcada para outubro.

“A greve dos carteiros de Santarém que terminou hoje teve algum impacto na distribuição de correio, estando a empresa a desenvolver um conjunto de iniciativas para recuperar rapidamente deste impacto”, indicou fonte oficial dos CTT, em resposta escrita à agência Lusa.

No âmbito do fim da greve parcial, a Lusa tentou contactar o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT) para um balanço, mas sem sucesso.

No primeiro dia de greve dos trabalhadores dos CTT de Santarém, em 8 de setembro, a adesão foi de 100%, disse à Lusa a dirigente sindical do SNTCT Dina Serrenho.

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Adesão à greve dos trabalhadores dos CTT de Santarém é de 100%, diz sindicato

Por mais meios humanos e contra a falta de condições das novas instalações, estes trabalhares cumpriram três semanas de greve parcial, desde 8 de setembro até esta quinta-feira, com uma paralisação de duas horas diárias, entre as 8h30 e as 10h30.

Em causa estão, segundo o sindicato, as condições das instalações na zona industrial de Santarém, para onde foi transferido o Centro de Distribuição Postal (CDP) da capital do distrito, bem como a acumulação de correio.

Em resposta à Lusa, a empresa CTT reiterou que “os recursos afetos ao CDP de Santarém são os necessários à organização estando, no entanto, em discussão e análise com as entidades representativas dos trabalhadores eventuais medidas sobre esta situação”.

Na sexta-feira, 24 de setembro, a dirigente sindical do SNTCT Dina Serrenho anunciou que os carteiros do centro de distribuição de Santarém marcaram greve total para os dias 6, 7 e 8 de outubro, em protesto pela ausência de resposta dos CTT à falta de trabalhadores e deficientes condições das novas instalações.

Relativamente ao novo protesto, a empresa adiantou: “a confirmar-se a greve geral, aguardamos sobre os serviços mínimos e tudo faremos para minimizar o impacto nos clientes, acautelando a entrega do correio prioritário”.

“Os CTT continuam empenhados em valorizar a sua presença no distrito de Santarém, sendo prova disso, a inauguração de uma nova Loja CTT com um novo conceito, que está já à disposição de todos”, realçou fonte oficial da empresa.

A dirigente sindical Dina Serrenho, que falou à Lusa na sexta-feira, explicou que a empresa colocou mais dois trabalhadores temporários, o que não resolve a necessidade permanente de mais carteiros, insistindo que a alteração de giros realizada quando foi feita a mudança do centro de distribuição para a zona industrial de Santarém, no final de agosto, tornou impossível cumprir a entrega atempada da correspondência.

“Posso dizer que há povoações que não veem correio há 15 dias, porque o carteiro não tem hipótese de lá chegar. A empresa tem de pôr efetivamente gente a trabalhar e depois tem de dar tempo aos trabalhadores para conhecerem as áreas. Foi tudo feito em cima do joelho. Não podia ter acontecido isto”, declarou.

As condições em que os trabalhadores se encontram a laborar nas novas instalações são outro fator de insatisfação, disse, sublinhando que foram feitos pequenos arranjos que não resolveram as situações mais críticas.

O sindicato aponta as “péssimas condições acústicas” do antigo armazém onde o centro passou a funcionar, a que acrescenta o “chão de cimento, com mais de 30 anos, vergonhoso”, as “casas de banho no mínimo dos mínimos do que a legislação impõe” e as inundações sempre que há chuva mais forte.

“Não temos um ambiente digno para trabalharmos”, disse Dina Serrenho.

Os trabalhadores escreveram já ao presidente do conselho de administração da empresa, pedindo-lhe que se desloque às instalações para verificar as condições deste centro de distribuição, por entenderem que as chefias diretas não têm sido capazes de resolver os problemas identificados.