As juízas que desempenharam funções de autoridade no Afeganistão antes da tomada do país pelos talibãs estão a ser “vítimas dos mais horríveis atos de violência e perseguição”, denuncia a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), que pede o acolhimento destas mulheres “abandonadas à sua sorte” em Portugal.

Numa carta enviada ao Presidente da República, a ASJP diz que Portugal tem a “responsabilidade moral de atuar em defesa dessas mulheres e das suas famílias”  por o país ter estado “envolvido na intervenção internacional no Afeganistão e no processo de mudança política, social e cultural que incentivou a emancipação de milhares de mulheres”. “Cada minuto que se demorar, cada vida que se perder, ficarão a pesar eternamente na nossa consciência.” 

Os juízes portugueses pedem a Marcelo Rebelo de Sousa para “interceder junto do Governo no sentido de serem redobrados os esforços em curso” para conceder “ajuda humanitária às juízas afegãs”, assegurando-lhes a concessão de vistos e do estatuto de refugiados e “a sua evacuação para Portugal”.

A ASJP destaca que os esforços das associações internacionais de juízes e juízas e de muitas organizações não governamentais com contactos no terreno “são insuficientes para assegurar em tempo útil a evacuação e refúgio” das juízas afegãs.

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