Miguel Oliveira admitiu que o GP das Américas, realizado este fim de semana em Austin, Texas, era um dos quais “as referências não eram as melhores”, ainda assim seriam dias de “descoberta”. Na passada sexta-feira, no primeiro dia de treinos livres, o piloto de Almada terminou as primeiras voltas à pista na 18.ª posição. A quatro minutos do final da sessão caiu, conseguiu voltar à pista, mas já não foi a tempo de tentar uma volta rápida. Nessa manhã, porém, o piloto português tinha sido o quarto mais rápido, estando quase toda a tarde entre os 10 mais rápidos.

Na terceira sessão de treinos livres, na decisão da ida para as qualificações (Q1 ou Q2), em poucos minutos tudo mudou: Miguel Oliveira esteve bastante tempo dentro dos dez primeiros lugares e estava já com uma roda na Q2 quando Francesco Bagnaia fez um bom tempo que empurrou para o 10.º lugar da sessão. Jorge Martin fez então uma volta rápida que deixou o português em 12.º e Aleix Espargaró deixou-o num 13.º. Miguel não quis ver os outros a passar e com 2.04.260 minutos chegou ao 10.º lugar e faltava apenas o colega de equipa na KTM Brad Binder acabar a sua volta rápida, que acabaria por enviar o português para a Q1.

Já na Q1, Miguel Oliveira voltou a cair mas ainda foi à pista para os últimos cerca de três minutos. Tentou duas voltas para chegar à Q2, onde não consegue ir desde o Grande Prémio da Grã-Bretanha, mas não conseguiu e vai partir do 18.º lugar da grelha este domingo.

As más memórias das últimas corridas

A última corrida de Miguel Oliveira no Moto GP, disputada em São Marino, foi de má memória. O português ficou no 20.º lugar, o pior resultado de sempre do piloto de Almada na categoria rainha do motociclismo, mas já os resultados de semanas e circuitos anteriores não haviam sido famosas, sem qualquer top 10 nas últimas cinco corridas do mundial.

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Além da queda no GP da Estíria no início de agosto, que não deixou o pulso do português em boas condições, Oliveira revelou após o último Grande Prémio que havia muita coisa para afinar na mota. Considerou-o mesmo “bastante desapontante”. Revelou também que, em São Marino, um toque do espanhol Iker Lecuona (Tech3 KTM Factory Racing) lhe complicou a corrida: “O corpo dele [Lecuona] ficou preso na minha mota e arrancou a asa lateral. Daí em diante foi tentar chegar ao fim porque a mota ficou muito instável”.

Os “pequenos fatores” não deram para mais: Miguel Oliveira sai do 21.º lugar no Grande Prémio de São Marino

Para o piloto que deu o “toque” em Miguel Oliveira, Iker Lecuona, que corre pela equipa secundária da KTM, onde o português se iniciou no MotoGP, existe algo mais para além da sorte ou azar. “Temos uma mota que à mínima alteração das condições, seja temperatura, piso… fica completamente diferente. Assim é difícil trabalhar, a mota é irregular. Notem: o Miguel Oliveira ganhava corridas e agora fica a 40 segundos do primeiro classificado. É uma mota que não conseguimos entender”, disse o espanhol que já sabe que, em 2022, não vai continuar na equipa.

No final dos testes, também no circuito Marco Simoncelli, durante a semana de 22 de setembro, Miguel Oliveira admitiu que a equipa da KTM está a batalhar com “pequenos detalhes técnicos”. “Ainda não encontrei um setup que me permita estar ao meu melhor. Quando o encontrar, vou ser muito competitivo”, afirmou, sendo contundente ao dizer que “algo na eletrónica estava realmente mal”, mas que foi corrigido para que existisse uma “boa solução para as próximas corridas”. “Se não encontrássemos o que estava mal seríamos amadores”, afirmou na altura.