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Foi dia de Samuel Portugal, de Lucas e das comunidades não europeias (a crónica do Benfica-Portimonense)

Este artigo tem mais de 2 anos

Benfica deu 20 minutos de avanço, teve uma enxurrada de oportunidades falhadas, meteu água numa bola parada e sofreu primeira derrota porque a cabeça queria mas o corpo nem sempre respondia (0-1).

Samuel Portugal teve uma exibição de sonho na Luz, sendo o factor que separou o Benfica entre uma vitória possivelmente fácil de uma derrota
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Samuel Portugal teve uma exibição de sonho na Luz, sendo o factor que separou o Benfica entre uma vitória possivelmente fácil de uma derrota

Samuel Portugal teve uma exibição de sonho na Luz, sendo o factor que separou o Benfica entre uma vitória possivelmente fácil de uma derrota

Há 596 dias, numa jornada que viria a ditar a mudança de líder na Primeira Liga, o Estádio da Luz recebeu pouco mais de 40 mil adeptos nas bancadas (40.861 de forma mais concreta) para a receção do Benfica ao Moreirense. Este domingo, mais de ano e meio depois, o número podia voltar a subir para os 50 mil, sendo que no final acabou por ficar ainda aquém daquilo que os responsáveis pensavam (39 mil). Esteve vazio, recebeu 33,3% da lotação, subiu durante a época para 50%, não tem agora limites. E foi durante esse mais de ano e meio que o futebol e o próprio clube encarnado andou numa autêntica montanha-russa de pouco altos e muitos baixos, encontrando-se agora no ponto mais alto da trajetória durante a pandemia.

Portimonense vence na Luz e Benfica perde invencibilidade na Liga (mantendo liderança por um ponto)

Passemos o filme em resumo. Todas as provas nacionais e internacionais estiveram suspensas, o regresso não correu da melhor forma e Bruno Lage não chegou sequer a terminar uma época de 2019/20 que acabou com derrotas no Campeonato e na final da Taça. Jorge Jesus foi contratado tendo um plantel reforçado com um investimento de 100 milhões, tudo aconteceu entre afastamento da Champions, várias derrotas  inesperados e surtos de Covid-19, e a equipa voltou a falhar todos os títulos. Agora, com o mesmo treinador e um plantel muito semelhante ao da última época mas reforçado com João Mário e Yaremchuk, as águias não só chegaram à fase de grupos da Liga dos Campeões como liderava o Campeonato só com vitórias.

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Este domingo, o Benfica recebia o Portimonense com essa confiança em alta, com uma lotação como há muito não tinha, apenas com uma baixa por lesão (Lázaro) e depois de ganhar por 3-0 na Luz ao Barcelona no jogo europeu que há muito procurava. No entanto, existia ainda a questão de chip para resolver.

“Não é só uma mudança psicológica, é física também. Quando se joga na Champions a intensidade e o desgaste são muito maiores, física e emocionalmente, do que uma competição nacional. Não é só o chip, é a capacidade física e a forma de pensar o jogo mais rápido é que não está lá. Isso baixa a intensidade do jogo e faz parecer que o jogador não conseguiu mudar o chip. Isso acontece até com os adeptos. Eles vão para o jogo amanhã [domingo] sem mudar o chip, vão esperar 3-0 ou 4-0 e não é igual”, começara por alertar Jorge Jesus, antes de assumir que o Portimonense ia “defender muito melhor” do que o Barcelona.

“É um jogo completamente diferente. É normal que se possa começar a fazer comparações mas para nós é sempre a mesma coisa: jogar para ganhar. A vitória com o Portimonense é tão importante como a de quarta-feira. Vamos jogar com um adversário que tem tantos golos sofridos como nós, é um sinal que é uma equipa que defende bem, que nos vai criar muitos problemas. O facto de se poder assistir aos jogos em Portugal com lotação máxima é mais um incentivo porque os adeptos do Benfica ajudam a que a equipa tenha sempre muita confiança. Não sei quantas pessoas vão estar no estádio, mas pelo menos 50 mil podem estar. Isso é muito bom, com os adeptos as coisas podem tornar-se mais fáceis”, acrescentara.

O treinador do Benfica, ao contrário do que aconteceu noutros momentos de outras épocas, não perdia a face mais humilde do discurso apesar do grande arranque de temporada mas aproveitava para fazer ainda elogios a duas unidades que têm feito grande diferença no equilíbrio defensivo e no potencial atacante da equipa, Weigl e João Mário. “O Weigl é um jogador com uma resistência física muito grande, ainda neste jogo com o Barcelona correu 12 quilómetros e pouco. Está muito confiante. Quando a cabeça deles está boa até correm mais e jogam mais do que o que pensam. O João Mário é um jogador que toda a gente conhece, que achámos que era o jogador para fazer várias funções na estratégia e sistema tático e entrou como uma luva no Benfica, adaptou-se bem. É um jogador que, além da qualidade técnico-tática é uma pessoa bem estruturada mentalmente e as coisas têm sido fáceis para ele”, realçara sobre a dupla.

No final, Jorge Jesus assegurou que fisicamente a equipa não acusou nada o jogo de quarta-feira mas foi pelo meio-campo e pelo menor rendimento desta dupla que o Benfica não esteve tão bem. Contas feitas, e apesar da primeira derrota da temporada, o grande problema dos encarnados foi a falta de eficácia, ainda para mais conjugada com uma excelente exibição do guarda-redes do Portimonense. Mas não foi o único, entre um Darwin de menor rendimento e um meio-campo menos clarividente sobretudo quando Rafa foi mais para a ala. Este domingo na Luz foi dia de (Samuel) Portugal, Lucas e das comunidades não europeias, que mais uma vez beneficiaram do desgaste provocado de forma inevitável pela Champions.

Ficha de jogo

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Benfica-Portimonense, 0-1

8.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Benfica: Vlachodimos; Lucas Veríssimo (Gonçalo Ramos, 87′), Otamendi, Vertonghen; Gilberto (Gil Dias, 46′), João Mário, Weigl (Taarabt, 73′), Grimaldo (André Almeida, 73′); Rafa, Darwin Núñez e Yaremchuk (Everton, 89′)

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Meite, Pizzi e Radonjic

Treinador: Jorge Jesus

Portimonense: Samuel; Lucas Possignolo, Willyan, Pedrão; Moufi, Lucas Fernandes (Relvas, 90+3′), Pedro Sá, Fali Candé; Carlinhos, Aylton Boa Morte (Aponza, 56′) e Fabrício (Angulo, 56′ e Henrique Jocu, 90’5′)

Suplentes não utilizados: Payam, Anderson, Luquinha, Renato Júnior e Marcus

Treinador: Paulo Sérgio

Golo: Lucas Possignolo (66′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Yaremchuk (12′), Darwin Núñez (43′), Aylton Boa Morte (44′), Carlinhos (60′), Lucas Possignolo (62′), Samuel Portugal (90′) e Willyan (90′)

O início, esse, teve poucos ou nenhuns motivos de interesse. O Benfica entrou a sentir dificuldades nas tentativas de aproximação ao último terço e o Portimonense tentava congelar bola perante as tentativas sem sucesso de sair em transições. Aliás, não fosse um cartão amarelo a Yaremchuk por uma entrada mais dura quando tentava pressionar na zona de meio-campo e não existia mesmo qualquer apontamento sobre um jogo que provocara expetativas altas e que voltava a ter o conjunto encarnado de gala para confirmar o bom momento depois da vitória diante do Barcelona. Depois, tudo mudou. Porque Grimaldo subiu mais, porque Rafa descobriu os espaços entre linhas, porque João Mário agarrou mais no jogo ofensivo.

Na primeira grande oportunidade, Grimaldo recebeu sozinho na esquerda, cruzou rasteiro para a área e Yaremchuk desviou de pé esquerdo para a defesa inicial de um Samuel Portugal particularmente inspirado na Luz (23′). Seguiu-se mais uma grande jogada de Rafa pela direita a apanhar Darwin um pouco atrasado na pequena área (29′), um cabeceamento de Otamendi após canto para nova defesa do brasileiro (35′), um livre direto de Grimaldo para outra intervenção do guarda-redes dos algarvios (38′), um lance em que Rafa passou tudo e todos em velocidade menos Samuel Portugal quando estava isolado na área (41′) e mais um cabeceamento na área agora de Grimaldo para outra intervenção do guardião visitante (45′). É certo que pelo meio Vlachodimos travou um remate de fora da área de Aylton Boa Morte (33′) mas o domínio quase avassalador do Benfica ao longo de 20 minutos só por acaso não trouxe qualquer golo.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Portimonense em vídeo]

Ao intervalo, Jesus trocou Gilberto por Gil Dias na lateral direita, não alterando em nada a forma como a equipa atacava e que tinha sido desbloqueada após os 20 minutos iniciais a não ser alguns posicionamentos que conseguissem surpreender o Portimonense. Logo a abrir, Yaremchuk conseguiu inaugurar o marcador após assistência de Rafa mas o lance acabou por ser anulado pelo VAR por posição irregular do avançado ucraniano quando recebeu na área (52′). Os algarvios não tinham saída, os lisboetas iam fechando mais a malha no meio-campo contrário, mas a pressão tinha repercussão mais no número de cantos do que nos remates à baliza dos visitantes, que aos poucos se iam começando também a soltar mais no campo.

A meio da segunda parte, e sem que existisse um caudal ofensivo para isso, o Portimonense aproveitou um canto no lado esquerdo para fazer aquilo que ainda ninguém tinha feito ao Benfica: marcar na sequência de uma bola parada, com Lucas Possignolo a surgir da melhor forma ao primeiro poste para desviar de cabeça para o 1-0 que acabaria por definir o jogo (66′). Lucas Fernandes, um dos melhores dos algarvios no plano individual mas que teve pouca bola para se mostrar, ainda teve um bom remate de fora mas seriam de novo os encarnados a acelerar na frente em busca do empate, com Lucas Veríssimo a cabecear ao lado (76′), Taarabt a rematar também fora do alvo (83′) e Otamendi, já nos descontos e num raro erro de Samuel Portugal no encontro, viu Fali Candé tirar em cima da linha a última hipótese para o empate (90+4′).

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