Chegou a Portugal via Sub-23 do Portimonense após ter feito grande parte da carreira no Coritiba, saltou para o conjunto principal como primeira opção na última temporada, estava (ou está) na lista do Sporting como possibilidade depois da saída de Luís Maximiano para o Granada. Samuel Portugal, de 27 anos, foi a grande figura na Luz e os números explicam bem porquê: além de ter igualado o número de defesas de um guarda-redes num só jogo da Primeira Liga (seis), teve mais intervenções contra o Benfica do que fizera nas quatro jornadas anteriores. Com isso, e ao chegarem aos 14 pontos em oito jornadas, os algarvios deram mais um passo no melhor arranque de sempre da Liga, igualando 1984/85 com Manuel José.

Foi dia de Samuel Portugal, de Lucas e das comunidades não europeias (a crónica do Benfica-Portimonense)

O ambiente no balneário dos visitantes na Luz era de grande euforia, como se viu nos vídeos partilhados por alguns jogadores do Portimonense após o encontro. Em contrapartida, sobrava o desalento para o lado dos encarnados, que fazendo cerca de 25 remates não conseguiram marcar sequer um golo. Foi o encontro com mais tentativas do Benfica esta época (terceiro entre todas as equipas do Campeonato), superando os 21 diante do Gil Vicente na terceira ronda, mas não impediu a primeira vitória do Portimonense em casa de um dos “grandes” de Portugal – e a primeira de Paulo Sérgio contra as águias em 11 jogos na Liga.

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Desde fevereiro que o Benfica não tinha uma partida em casa sem marcar (V. Guimarães). Desde abril que o Benfica não sofria uma derrota para o Campeonato (Gil Vicente). Desde o início da época que o Benfica não consentia um golo de canto. Com tudo isso, chegou a primeira derrota da temporada depois de 11 vitórias (sete consecutivas na Primeira Liga) e dois empates na Champions com PSV e Dínamo Kiev, no dia em que os adeptos voltaram em massa pelo fim das limitações de assistência nos recintos desportivos. E esse facto não foi esquecido por Jorge Jesus nem mesmo após um resultado com que não contaria.

“Antes de falar do jogo, queria agradecer aos adeptos pelo apoio durante e após o jogo. Saímos do campo com carinho e uma ovação como se tivéssemos ganho. Os adeptos sentiram que o Benfica jogou bem, fez tudo para ganhar. Faltou o golo. Rematámos, jogámos, criámos oportunidades mas o futebol é isto, estou farto de dizer. Basta rematar uma vez e pode-se ganhar. Foi o que aconteceu. Ainda por cima numa jogada de bola parada, um canto, onde somos muito fortes”, começou por dizer na flash da BTV.

“Não conseguimos concretizar e aproveitar a qualidade que tivemos ofensivamente. Contra uma equipa defensivamente grande, com jogo aéreo forte, defendeu-se bem. Em muitos momentos podíamos ter feito golo mas o importante é os jogadores estarem de cabeça levantada. Perdes num jogo onde deram tudo para ganharem. O futebol é um desporto coletivo que nos atraiçoa com muita facilidade e foi o que aconteceu hoje mas não vai retirar confiança da equipa. A maior parte vai para as seleções mas não posso dar os parabéns aos jogadores porque não ganharam. Tenho de dar parabéns aos adeptos porque souberam sofrer connosco. A equipa esteve excelente, há que olhar para a frente”, referiu a esse propósito.

“Substituições? A intensidade do último jogo com o Barcelona fez com que optasse por colocar jogadores mais frescos com outras características. O Rafa nunca quis tirar porque acelera o jogo como ninguém. Acabámos com dois pontas de lança e dois bem abertos para dar largura e jogadas de 1×1. O Gil Dias entrou muito bem, muito rápido com bola. O que queria nele saiu bem. Foi pena, pois fizemos tudo para ganhar e não conseguimos pelo menos não perder o jogo. Ao longo do jogo começámos a sentir isso, que podíamos estar aqui a noite toda e não fazíamos golos. Tanta chance e não se faz golo. Começas a ver que vai ser difícil, nem que estejas aqui toda a noite. A exibição esteve cá. O Benfica jogou à Benfica, como tem vindo a jogar, mas não definiu bem e nem valorizou o jogo que fez”, concluiu Jorge Jesus à BTV.