A taxa de desemprego na região Norte desceu para 6,3% no 2.º trimestre de 2021, em relação a 7,4% no período homólogo de 2020, e está abaixo da média nacional nesse indicador, revelou esta segunda-feira a CCDR-N.
De acordo com o relatório trimestral Norte Conjuntura, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a que a Lusa teve acesso, esta “é a primeira vez, nos últimos 20 anos, que a taxa de desemprego da região se encontra tão abaixo da nacional”.
Portugal registou uma taxa de desemprego de 6,7%.
Também a taxa de desemprego jovem diminuiu em relação ao 1.º trimestre deste ano, em que era 22,5%, para 21,8% no 2.º trimestre, “invertendo a tendência de crescimento observada ao longo da crise” provocada pela pandemia de Covid-19, destaca o documento.
Para os números favoráveis contribuiu um aumento da população empregada de 87.200, em relação ao período homólogo de 2020, o que representa um incremento de 5,3%.
“Este crescimento acentuado deveu-se a um efeito base associado ao pico da crise pandémica no 2.º trimestre de 2020, mas também ao dinamismo intrínseco da economia do Norte“, destaca a CCDR-N.
O organismo considera também “revelador da resiliência e recuperação em contexto de crise o nível de emprego da região no 2.º trimestre de 2021, [que] já é superior em 3,2% ao valor observado há dois anos, no 2.º trimestre de 2019 (período pré-pandemia), refletindo a criação de 53.400 postos de trabalho, em termos líquidos, face a essa altura”.
No salário mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem também se verifica “o valor mais elevado desde que existem registos”, 955 euros, que mostram “um crescimento real de 4,2% face ao período homólogo” do ano passado.
A taxa de emprego do Norte (dos 20 aos 64 anos) está nos 75,9%, “um valor superior à meta de 75% definida no Portugal 2020”, e a taxa de atividade (16 ou mais anos) cresceu de 56% no 2.º trimestre de 2020 para 59,5%, que “decorreu de um aumento acentuado da população ativa do Norte para um valor superior ao da fase pré-pandemia”.
O documento dá ainda como exemplo de retoma o facto de, “apesar de a população empregada mais jovem (16 aos 24 anos) ter voltado a diminuir em 7,4% no 2.º trimestre de 2021 face ao período homólogo do ano transato”, a redução ter sido “bastante menor do que a do trimestre precedente”.
Por outro lado, “o emprego na população dos 25 aos 34 anos aumentou 6,7%, invertendo a tendência de queda do último trimestre”.
“Nas faixas etárias mais avançadas observou-se a aceleração do crescimento do emprego, sobretudo nos cidadãos com 55 anos ou mais”.
Por setores, destaca-se o aumento de 9,4% da população empregada nas indústrias transformadoras, com a criação líquida de 38.400 postos de trabalho.
O setor “já superou o valor observado na fase anterior à crise pandémica”, sustenta.
Este cenário acontece num contexto nacional em que o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 15,5% em relação ao período homólogo e 4,9% face ao 1.º trimestre deste ano, “invertendo a tendência de queda que se vinha a observar desde o início da crise pandémica”.