A Comissão Política de Secção do PSD de Castelo Branco considerou esta segunda-feira que o presidente do partido, Rui Rio, deve “assumir as devidas responsabilidades das suas opções políticas” para as eleições autárquicas no concelho.

A concelhia social-democrata emitiu esta segunda-feira um comunicado onde refere que os resultados eleitorais alcançados “não têm precedentes” e “rejeita qualquer responsabilidade política” no processo.

Nas eleições autárquicas do dia 26 de setembro o candidato Leopoldo Rodrigues conseguiu manter a Câmara nas mãos dos socialistas ao vencer Luís Correia, que cumpriu dois mandatos pelo PS e que acabou por se candidatar pelo Sempre – Movimento Independente, depois de ter perdido o mandato por via judicial.

Na corrida à presidência da autarquia estavam Luís Correia (Movimento Independente), Leopoldo Rodrigues (PS), João Belém (PSD/CDS/PPM), Rui Paulo Sousa (Chega), Rui Amaro Alves (MPT — Partido da Terra), Felicidade Alves (CDU) e Margarida Paredes (BE).

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Hoje, a Comissão Política de Secção do PSD de Castelo Branco, lembra em comunicado que, em janeiro, “percecionando, já nessa altura, uma interferência pouco transparente e até mesmo abusiva da parte da Comissão Política Nacional (CPN), na escolha do candidato à Câmara Municipal”, escreveu uma carta ao presidente Rui Rio.

“Na missiva, foram claramente manifestadas as preocupações sobre as possíveis consequências eleitorais resultantes de uma escolha feita à revelia do órgão estatutariamente competente para decidir, não obstante a escolha ter sido ainda validada superiormente pela Comissão Política Distrital, mas não acolhendo um diferimento final por parte do líder do partido”, lê-se.

Segundo o PSD de Castelo Branco, no ato eleitoral, os piores receios, “infelizmente, vieram a concretizar-se”.

A escolha feita pela CPN, sem qualquer negociação ou auscultação posterior realizada à Comissão Política de Secção, violou os Estatutos do PSD, mas, sobretudo, desrespeitou os albicastrenses, privando-os de uma escolha cimentada e alicerçada em protagonistas que trabalharam afincadamente desde as autárquicas de 2017 e que foram completamente votados ao esquecimento por parte do Dr. Rui Rio”, refere.

De acordo com a nota, “os resultados eleitorais alcançados não têm precedentes” e “pior que os 11,47% de votos obtidos pela coligação PSD/CDS/PPM foi uma redução muito significativa” dos eleitos no executivo camarário, “de dois para um vereador, de cinco para três dos membros da Assembleia Municipal e da redução em 1/3 do número dos membros nas diversas Assembleias de Freguesia do concelho“.

“A nossa representatividade e capacidade de influência das decisões dos órgãos autárquicos ficou seriamente abalada”, considera a estrutura do PSD. Para a concelhia, “aquela que seria a grande oportunidade histórica para o PSD retomar a liderança política de Castelo Branco tornou-se no maior pesadelo eleitoral” da sua história, desde que o partido perdeu a Câmara Municipal para o PS, em 1997.

A mesma Comissão Política “rejeita qualquer responsabilidade política dos resultados eleitorais” obtidos.

O senhor presidente do PSD, Dr. Rui Rio, deve também ele assumir as devidas responsabilidades das suas opções políticas para Castelo Branco. Os resultados eleitorais não só traduzem essas mesmas escolhas, como sublinham de forma categórica o teor da missiva enviada para o próprio no início do ano. Castelo Branco merecia mais respeito!”, conclui.