É conhecida por ser a corrida mais antiga do mundo, passou agora a ser conhecida por ser também aquela corrida onde João Almeida escreveu mais uma página de história num ano de 2021 onde está a confirmar todas as expetativas criadas com o quarto lugar do Giro de 2020: depois de ter acabado em segundo no Giro dell’Emilia, na semana passada, o português terminou a clássica Milão-Turim no pódio.

Numa prova marcada pelos sucessivos ataques sobretudo a partir dos últimos 25 quilómetros, em especial da Deceunink Quick-Step com Masnada e o bicampeão mundial Julian Alaphilippe (que se afundaria até ao 25.º lugar), João Almeida acabou por conseguir descolar na parte final com mais três corredores de outras tantas equipas: Primoz Roglic da Jumbo, Adam Yates da Ineos e Tadej Pogacar da UAE Team Emirates – a nova equipa do corredor de A-dos-Francos a partir da próxima época e até ao final de 2026.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Roglic, a atravessar um grande momento após os triunfos na prova de contrarrelógio dos Jogos Olímpicos, na Vuelta (o terceiro consecutivo) e no Giro dell’Emilia, foi depois mais forte no duelo com Yates, ganhando com uma vantagem de 12 segundos antes de João Almeida superar no último forcing a concorrência do também esloveno e bicampeão do Tour, a 35 segundos do líder. O canadiano Michael Woods, da Israel Start-Up Nation, acabou em quinto a 48 segundos, seguido do francês David Gaudu (Groupama), do italiano Diego Ulissi (UAE Team Emirates) e do também transalpino Fausto Masnada (Deceunink). O “eterno” espanhol Alejandro Valverde foi o melhor da Movistar e fechou o top 10 da prova.

Depois de três anos de interrupção na prova, a clássica Milão-Turim teve vencedores nos últimos anos como Alberto Contador (2012), Diego Ulissi (2013), Giampaolo Caruso (2014), Diego Rosa (2015), Miguel Ángel López (2016), Rigoberto Urán (2017), Thibaut Pinot (2018) e Michael Woods (2019). O francês Aranud Démare, da Groupama, ganhou ao sprint em 2020, batendo Caleb Ewan, Wout van Aert e Sagan.

João Almeida aumenta assim os feitos alcançados num ano de 2021 que está a confirmar e talvez para alguns superar tudo o que se esperava do português: conseguiu o primeiro pódio no World Tour com o terceiro lugar na Volta aos Emirados, entrou no top 10 da Tirreno-Adriático e na Volta à Catalunha, foi sexto no Giro com uma última semana de luxo, foi campeão nacional de contrarrelógio e acabou em décimo a prova nos Europeus, ganhou a Volta à Polónia e à Volta ao Luxemburgo e foi segundo no Giro dell’Emilia.