Depois de uma edição de 2020 condicionada pela pandemia, a Festa do Cinema Francês está de volta ao seu formato normal. A edição deste ano, a 22ª, vai mostrar, no Cinema São Jorge (7 a 20 de Outubro) e na Cinemateca (8 a 20 de outubro), mais de meia centena de filmes, 20 dos quais em antestreia. A realizadora Mia Hansen-Love está em foco, há uma retrospectiva dedicada a Jacqueline Audry, a secção Segunda Chance dá a oportunidade de rever filmes estreados em 2020 mas que foram prejudicados na sua exibição pela Covid-19, e é apresentada uma nova secção, Cinema Fantástico, com filmes deste género rodados nos últimos anos. Além de Lisboa, a Festa 2021 vai também passar pelo Porto (17 a 27 de Outubro, Teatro Municipal do Porto — Rivoli e no Cinema Trindade), Oeiras, Almada, Coimbra, Braga, Faro, Viseu e Évora (ver informação completa no final deste artigo). Fomos à programação selecionar uma dezena de filmes o mais representativos possível da variedade da produção francesa recente. 

“As Coisas que Dizemos, as Coisas que Fazemos”

De Emmanuel Mouret

Grávida de três meses, Daphne aguarda que o namorado, François, se junte a ela no campo para umas férias. Entretanto, aproxima-se de Maxime, um primo que não conhecia, e tornam-se cada vez mais próximos e íntimos, partilhando coisas muito pessoais. Camélia Jordana, Niels Schneider e Vincent Macaigne interpretam este drama passional.

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“A Ilha de Bergman”

De Mia Hansen-Love

Homenageada nesta Festa do Cinema Francês com uma retrospetiva dos seus filmes que a trará a Lisboa, Mia Hansen-Love apresenta também a sua nova obra, inteiramente rodada em Farö, a ilha em que Ingmar Bergman viveu e onde está enterrado. Tim Roth e Vicky Krieps são um casal de realizadores e argumentistas que vão para lá no Verão escrever os seus novos filmes, até que realidade e ficção começam a confundir-se.

“Delicioso”

De Eric Besnard

Grégory Gadebois faz, nesta fita de época, o papel de um cozinheiro que é despedido pelo aristocrata para quem trabalha, o duque de Chamfort, pouco antes de eclodir a Revolução Francesa. Decide então, na companhia de uma mulher que aprender a cozinhar, deixar de ser mandado seja por quem foi e abrir um restaurante em que possa confecionar os pratos de que gosta. Também com Isabelle Carré e Benjamin Lavernhe.

“Eiffel”

De Martin Bourboulon

Romain Duris personifica o lendário engenheiro Gustave Eiffel neste filme que combina factos e ficção, e o vai encontrar no auge da sua carreira, quando o governo francês lhe encomenda o projeto de uma grande obra para a Exposição Universal de Paris de 1899, uma enorme torre de ferro. Eiffel não se mostra muito interessado e prefere o Metro, mas tudo muda quando reencontra o amor da sua juventude.

“Ilusões Perdidas”

De Xavier Giannoli

Benjamin Voisin, Gérard Depardieu, Cécile de France, Jeanne Balibar e Jean-François Stévenin lideram o elenco desta sumptuosa adaptação do romance homónimo de Balzac. Lucien é um jovem poeta que vem da sua aldeia para Paris em busca de uma carreira nas letras e de reconhecimento público, e vai encontrar um mundo onde o lucro, a intriga e a hipocrisia mandam.

“Irmãs de Armas”

De Caroline Fourest

Zara, uma jovem yazidi, é raptada por guerrilheiros islâmicos e vendida como escrava. Consegue fugir e junta-se a uma brigada internacional de mulheres que lutam integradas na resistência curda, chefiada por uma temível combatente a quem chamam “A Comandante”. Dilan Gwyn, Amira Casar, Camélia Jordana, Maya Sansa e Nanna Blondell interpretam este filme de guerra cheio de atualidade.

“Suzanna Andler”

De Benoît Jacquot

O novo filme do realizador de “As Asas da Pomba” e “Adeus, Minha Rainha” é a adaptação de uma peça de Marguerite Duras, com Charlotte Gainsbourg no papel principal e ambientado nos anos 60. Ela é uma mãe de família casada com um rico homem de negócios que a trai, e que viaja com o seu jovem amante para a Riviera, instalando-se numa casa de praia que pensa alugar para passar o verão com a família.

“Um Triunfo”

De Emmanuel Courcol

Esta comédia tem como protagonista Étienne (Kad Merad), um ator pouco conhecido e desempregado, que aceita dirigir um “workshop” de teatro numa prisão, juntando aí um grupo de prisioneiros para uma produção de “À Espera de Godot”, de Beckett. Étienne percebe então que, ao ser autorizado a levar a peça em digressão, pode atingir o sucesso com que sonhou toda a sua vida.

“Autárquica”

De Thomas Paulot

A vila de Revin, nas Ardenas, está a preparar-se para eleger o seu Presidente de Câmara, quando surge em cena um desconhecido que se apresenta como candidato. Trata-se, no entanto, de um ator, que formou uma lista eleitoral com um grupo de cidadãos locais e que, à margem dos partidos políticos e dos grupos de independentes, se propõe conquistar a câmara desta pequena comunidade.

“Olivia”

De JacquelineAudry

A retrospetiva deste ano da Festa do Cinema Francês, a ter lugar na Cinemateca, vai mostrar sete filmes de Jacqueline Audry (1908-1977), a única realizadora a filmar regularmente em França entre as décadas de 40 e 60, a primeira a ter sucesso comercial. Os seus filmes preocuparam-se com o papel e o lugar das mulheres na sociedade, dramatizando em vários registos sua vida sentimental e sexual. “Olivia”, de 1951, é o mais famoso de todos, tendo dado escândalo na época. Interpretado por Edwige Feuillère, Simone Simon e Marie-Claire Olivia, passa-se no século XIX, num colégio de raparigas francês onde uma nova aluna inglesa se envolve com uma de duas professoras rivais, que levaram à formação de dois partidos.

Tidas as informações sobre a Festa do Cinema Francês disponíveis aqui