O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão ter a sua primeira cimeira até ao final deste ano, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington estão numa fase crítica. O encontro ainda não tem data marcada, mas tudo indica que será virtual.

O anúncio da cimeira entre os líderes das maiores potências mundiais foi feito esta quarta-feira, depois de um encontro em Zurique, na Suíça, entre o conselheiro de Segurança Social norte-americano Jake Sullivan e um alto diplomata chinês Yang Jiechi. No final da reunião que decorreu à porta fechada, fonte da Casa Branca disse à Reuters que China e Estados Unidos têm um “acordo de princípio” para uma cimeira, de forma a que Biden e Xi Jinping possam falar cara a cara, “mesmo que “virtualmente”.

De acordo com o The New York Times, a Casa Branca tem tentado agendar um encontro presencial entre os dois Presidentes mas desde o início da pandemia de Covid-19, Xi Jinping não saiu da China para participar em encontros diplomáticos, e tudo indica que não esteja disposto a fazê-lo nesta fase.

Com Pequim e Washington de costas voltadas na política externa, desde Hong Kong e Taiwan à tensão no Mar do Sul da China, a expectativa na Casa Branca era que o Presidente chinês participasse na cimeira do G20 em Roma, Itália, nos próximos dias 30 e 31 de outubro, o que seria a oportunidade ideal para um encontro bilateral entre Biden e Xi Jinping. Contudo, o Presidente da China não vai viajar até Itália, e a única alternativa para que haja um encontro até final do ano é uma cimeira virtual.

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Após sete meses de silêncio, Biden e Xi Jinping falaram ao telefone no passado dia 9 de setembro, tendo concluído que apesar da competição entre ambos os países, é fundamental manter a paz entre ambos.

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Desde então, no entanto, as divergências entre Pequim e Washington agudizaram-se. Os Estados Unidos, juntamente com o Reino Unido e a Austrália, lançaram o pacto AUKUS e foi anunciado um negócio para a venda de submarinos nucleares norte-americanos a Camberra, o que causou indignação em Pequim.

Por outro lado, a China tem feito demonstrações de força na região, e entre sexta e segunda-feira enviou 148 aviões militares para sobrevoarem a Zona de Identificação da Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, o que levou o ministro da Defesa da ilha a falar na situação “mais grave” em 40 anos.

Estas questões estiveram em discussão no encontro entre Jake Sullivan e Yang Jiechi na Suíça. No final do encontro, sem dar detalhes sobre os temas abordados, tanto a China como os Estados Unidos falaram num encontro “construtivo” e “sincero”, em que os dois lados se comprometeram em encontrar pontos comuns.