A Rússia afirmou esta quinta-feira que a decisão da NATO – que expulsou oito diplomatas russos por suspeita de espionagem – “arruína” todas as possibilidades de normalização das relações entre Moscovo e a Aliança Atlântica.

Estas ações não nos permitem ter ilusões sobre a possibilidade de normalizar as relações e retomar o diálogo com a NATO. O que fazem é afastá-la quase completamente”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa diária efetuada por telefone.

De acordo com Peskov, as declarações da NATO sobre a Rússia são “contraditórias” porque, por um lado “falam do desejo de normalizar relações e por outro são tomadas decisões que impedem o avanço nessa mesma direção”.

Na quarta-feira, a Rússia prometeu responder à NATO sobre a expulsão de oito diplomatas que segundo a Aliança Atlântica “eram funcionários dos serviços de informações russos”.

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Por outro lado, a NATO decidiu reduzir a uma dezena o número de diplomatas que a Rússia pode acreditar junto da organização.

“Ainda ontem (quarta-feira) os líderes da NATO falavam da importância de um desanuviar das relações com a Rússia e defendiam o retomar do diálogo no âmbito do Conselho Rússia-NATO, assim como o envio de um embaixador a Bruxelas”, onde se encontra o quartel-general da NATO, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexandr Grushko.

“Se anteriormente alguém acreditava na sinceridade destas declarações, hoje já ninguém acredita”, disse ainda o vice-ministro citado pela publicação russa Kommersant.

Em 2018, a NATO expulsou sete diplomatas na sequência do envenenamento do antigo espião Serguei Skripal, em Salisbury, no sul de Inglaterra.