Um incentivo financeiro, ainda que modesto, aumentou a taxa de vacinação em 4,2%, num estudo conduzido na Suécia e cujos resultados foram agora publicados na revista científica Science.

O ponto de partida era alto, os indivíduos no grupo de controlo (sem qualquer incentivo) tiveram uma taxa de vacinação de 71,6%, mas bastaram cerca de 20 euros (200 coroas suecas) para o grupo do incentivo financeiro ter uma taxa ainda maior.

Por outro lado, os incentivos de mudança comportamental (como os avisos para a marcação da vacina) tiveram pouco ou nenhum efeito na taxa de vacinação — pelo menos, num país com uma taxa de vacinação alta. Os indivíduos reportaram intenções de se vacinarem depois destes avisos, mas isso acabou por não acontecer.

O investigadores destacam que o incentivo financeiro funcionou num país com uma elevada taxa de vacinação ou com uma elevada taxa de interesse em ser vacinado e resultou da mesma forma em grupos sócio-económicos distintos.

Falta agora perceber se o investimento que teria de ser feito pelos países seria compensado pelos benefícios em salvar vidas, ter menos internamentos e reduzir os impactos económicos — mas isso fugia ao âmbito deste estudo.

A equipa multinacional reconhece outras limitações: só testaram um valor de incentivo financeiro (nem valores acima, nem abaixo); não testaram outras vantagens (como melhor seguro de saúde); conduziram o ensaio no início da campanha de vacinação (agora, que só sobram os reticentes, pode ser mais difícil conseguir convencê-los); e, foram os investigadores a dar os incentivos (não sabem como seria se fosse o Estado).

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