A agência do medicamento norte-americana (FDA) encontrou uma relação potencial entre a vacina da Johnson & Johnson (Janssen) e o aumento de casos da síndrome Guillain-Barré, de acordo com um artigo publicado na revista científica JAMA.

A FDA analisou os 130 casos reportados no sistema de registo de efeitos adversos das vacinas (VAERS) entre fevereiro e julho de 2021 e verificou um aumento do número de casos da síndrome em relação ao esperado com base na população em geral. Foi registada uma morte e 93,1% dos casos foram considerados graves.

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Esta avaliação faz parte do processo de monitorização após a autorização de entrada no mercado — neste caso, de uso de emergência —, mas a FDA reconhece que com esta metodologia muitos casos podem ficar por reportar.

A agência alerta ainda que os dados são preliminares, uma vez que é preciso analisar os registos clínicos para confirmar se se trata de facto da síndrome Guillain-Barré. E indica que a frequência é de um caso por cada 100 mil pessoas vacinadas com a vacina da Johnson & Johnson.

Essas descobertas sugerem uma preocupação de segurança pequena, mas estatisticamente significativa, para a síndrome de Guillain-Barré após a toma da vacina Ad26.COV2.S”, lê-se nas conclusões do artigo.

A síndrome Guillain-Barré é uma doença autoimune, em que o sistema imunitário ataca, por engano, o sistema nervoso periférico, destruindo a mielina (um tecido que envolve as fibras nervosas). Os sintomas podem ir de um enfraquecimento muscular ligeiro e formigueiro nas extremidades do corpo, até à paralisia total ou mesmo morte.

Agência Europeia do Medicamento confirma que há uma relação entre a vacina da Janssen e a síndrome Guillain-Barré

A Agência Europeia do Medicamento já tinha estabelecido a síndrome Guillain-Barré devia constar nos efeitos secundários da vacina da Janssen/Johnson & Johnson. A síndrome também pode surgir depois de uma infeção com SARS-CoV-2.

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