O Governo dos Açores afirmou esta sexta-feira que o controlo das quotas das pescas é feito diariamente e acusou o BE de “desconhecimento profundo” sobre o setor, depois do partido ter criticado a atuação do governo nas pescas.

Em comunicado de imprensa, o executivo açoriano salientou a “necessidade” de existir “uma gestão dos recursos e do meio marinho mais eficaz, equilibrada e sustentada”.

“O controlo das quotas é diário e que relativamente a algumas espécies, o atual executivo e o setor estão a ‘pagar’ sobrepesca derivada do excesso de capturas em anos anteriores, o que se traduz numa redução das possibilidades de pesca em 2021″, assinala o governo de coligação PSD, CDS-PP, PPM.

A nota de imprensa foi enviada após o deputado e líder do BE/Açores, António Lima, ter responsabilizado o Governo Regional pelo “enorme descontrolo” na pesca de espécies cujas quotas são fixadas pela região, ficando em causa a sua sustentabilidade.

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A secretaria regional do Mar e das Pescas, considera lamentáveis e inadequadas as declarações do líder parlamentar do BE no parlamento açoriano, reveladoras de um desconhecimento profundo não só da realidade do setor mas também do que são as quotas de pesca e seu objetivo”, critica o executivo.

Sobre as quotas de pesca, o Governo Regional considerou ainda “essencial manter a forma de gestão que tem vindo a ser praticada”, baseada na “repartição por ilha e trimestre bem como, para algumas espécies, limites por maré e ano”.

O executivo salienta também que a gestão das quotas tem sido feita em “estreita colaboração com a Federação das Pescas dos Açores”.

Na sequência de uma reunião mantida com a Federação de Pescas dos Açores (FAA), na freguesia piscatória da Ribeira Quente, em São Miguel, o bloquista António Lima declarou aos jornalistas que se está perante um “problema muito sério relativamente às quotas de pesca na região, nomeadamente aquelas que são definidas pela própria”.

Segundo o dirigente do BE, “em várias espécies, essas quotas foram ultrapassadas na sua quantidade global, nomeadamente o cântaro, mas também ultrapassados os seus limites trimestrais no caso da abrótea ou outras espécies, como a veja”.