A Lua foi vulcanicamente ativa até mais tarde do que se pensava, revelam as análises realizadas às amostras rochosas que a sonda chinesa Chang’e-5 recolheu no satélite natural da Terra. Após estudarem 200 gramas dos 1,7 quilogramas de rochas recolhidas na Lua, os cientistas apuraram que elas têm dois mil milhões de anos, sendo mil milhões de anos mais jovens que as mais recentes encontradas por lá antes da missão chinesa.

Alexander Nemchin, co-autor do estudo da Universidade de Curtin, explicou que a atividade magmática da Lua, por ser um corpo celeste pequeno, cessou muito cedo porque arrefece também muito rápido. Na altura em que estas rochas mais jovens foram produzidas, é provável que o planeta já estivesse frio, mas uma fonte de calor ainda deveria estar ativa.

Foi esta a explicação que o investigador deu ao The Guardian, que descreve as rochas em causa como sendo basálticas e resultado de um arrefecimento rápido da lava à superfície. Foram recolhidas no Oceanus Procellarum, uma gigantesca região escura no lado visível da Lua onde aterrou a missão Apollo 12. Formou-se através de sucessivas inundações magmáticas que ocuparam mais de 10% da superfície lunar — possivelmente após o impacto de um corpo celeste de grandes dimensões naquele local.

As análises que determinaram a idade destas rochas vão ajudar a produzir um mecanismo para determinar a idade de algumas regiões de planetas com base nas crateras que cravam a sua superfície, mesmo sem acesso ao material rochoso que existe nelas. Até agora, não se sabia a quantidade de crateras características de regiões com entre mil milhões e três mil milhões de anos na Lua. A datação destas rochas preenche essa lacuna.

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