O governador do Estado norte-americano do Texas, Greg Abbott, emitiu na segunda-feira uma ordem executiva que impede a obrigatoriedade de vacinas tanto no setor público como privado.

O republicano tem sido um dos líderes políticos norte-americanos mais conhecidos por se opor a medidas que digam respeito à vacina da Covid-19. A sua última decisão dirige-se às empresas, que tinham sido isentas das normas anteriores relativas à obrigatoriedade da vacina.

De acordo com o New York Times, a ordem executiva refere que “nenhuma entidade no Texas pode obrigar à toma da vacina contra a Covid-19, qualquer indivíduo, incluindo empregadores e consumidores que sejam contra a vacinação por motivos de objeção de consciência, quer por razões religiosas, quer por razões médicas, incluindo os recuperados de Covid-19”. O governador terminou o comunicado com uma palavra de ordem: “Suspendo, por este meio, qualquer estatuto relevante enquadrado nos quadros necessários para a aplicação desta proibição”.

A nota reconhece ainda que “as vacinas são fortemente aconselhadas para aqueles que queiram, e que se encontrem nos grupos elegíveis para a sua administração, mas devem sempre ser tomadas de forma voluntária por todos os texanos”.

Esta ordem executiva do líder do Texas veio acentuar um debate extremamente polarizado nos Estados Unidos da América. O Presidente da nação americana, Joe Biden, emitiu uma recomendação para que os profissionais de saúde e a grande maioria dos trabalhadores federais tomem a vacina contra a Covid-19. Biden tem apelado igualmente a que mais empresas encorajem os seus trabalhadores a serem vacinados, uma vez que uma parte significativa da população dos Estados Unidos da América continua por vacinar. Segundo o jornal norte-americano, na sexta-feira, apenas 66% da população elegível para levar a vacina do SARS-COV-2 (pessoas com idade igual ou superior a 12 anos) tinha recebido as duas inoculações.

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Além do governador do Texas, outros políticos como o governador do Estado da Flórida, RonDeSantis, têm-se oposto a qualquer medida que obrigue à vacinação e ao uso de máscaras de proteção, argumentando que tais imposições infringem a liberdade individual dos cidadãos, e as suas proibições contra as leis sobre a toma de vacinas têm sido objeto de análise nos tribunais.

Um hospital do Texas, o “Houston Methodist”, tornou-se num dos primeiros grandes centros hospitalares a tornar obrigatória a toma da vacina contra a Covid-19 para os seus funcionários, quando em junho despediu mais de 150 trabalhadores. Também as empresas Facebook e Google, que possuem polos no Texas, tinham afirmado, antes de segunda-feira, que seria exigida prova de vacinação por parte dos seus colaboradores para que estes pudessem regressar ao escritório.

A empresa de viagens americana “American Airlines”, com sede em Forth Worth (Texas), anunciou na sexta-feira que mais de cem mil dos seus colaboradores devem ser vacinados.