Metade dos migrantes que tentam atravessar ilegalmente o Canal da Mancha para a Grã-Bretanha provêm da Bélgica, afirmou esta terça-feira o ministro do Interior francês, três dias após ter exigido um tratado de migração entre europeus e britânicos.

Estes migrantes “são em grande parte da imigração conhecida do sul da Europa, mas também da Bélgica, uma vez que 50% dos migrantes que aparecem em Calais e Dunquerque [norte de França] vêm da Bélgica”, apontou Gérald Darmanin.

O ministro felicitou também a “promessa cumprida” pelos britânicos, cujo governo garantiu na segunda-feira que honraria o compromisso de pagar à França 62,7 milhões de euros em 2021-2022 para financiar o reforço dos controlos fronteiriços do lado francês.

Darmanin visitou o norte de França no sábado, onde exigiu o pagamento desta soma ao Reino Unido e apelou à negociação de um tratado sobre a questão de migração entre a UE e este país depois do Brexit.

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“Precisamos, com os nossos amigos ingleses, de ter relações justas, equilibradas e inteligentes”, insistiu esta terça-feira.

Desde o final de 2018, as travessias ilegais do Canal da Mancha avolumaram-se apesar dos avisos das autoridades sobre os riscos destas tentativas de travessia em “pequenas embarcações”, que atingiram recordes este verão.

Segundo as autoridades marítimas francesas, cerca de 15.400 migrantes tentaram a travessia entre 1 de janeiro e 31 de agosto, dos quais 3.500 foram “recuperados em dificuldade” no estreito e levados de volta para a costa francesa.

Em 2020, as travessias e tentativas envolveram cerca de 9.500 pessoas, em comparação com 2.300 em 2019 e 600 em 2018.