A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) criticou esta terça-feira a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), depositando agora esperanças nos partidos da oposição para que o valor do subsídio de risco possa ser alterado.

“O que exigimos é que sejam contemplados no Orçamento do Estado valores suficientes para atualização da tabela salarial e do subsídio de risco“, disse à agência Lusa o presidente da APG, reagindo ao diploma do Governo que foi entregue na segunda-feira à noite na Assembleia da República e que prevê um crescimento de 8% para a segurança interna, que tem um orçamento de 2.311 milhões de euros.

César Nogueira avançou que deposita agora esperanças nos partidos da oposição para que o valor do subsídio de risco possa aumentar e chegar aos 200 euros em 2022.

“Agora cabe aos grupos parlamentares. Nós vamos ter reuniões com os partidos para que em sede da especialidade ainda se consiga alterar esses valores”, disse, sustentando que o aumento de 69 euros previstos na proposta do Governo ficam “bastante abaixo” da pretensão dos militares da GNR.

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A proposta do Orçamento do Estado prevê o aumento em 69 euros mensais do suplemento por serviço e risco dos militares da Guarda Nacional Republicana e do pessoal policial da Polícia de Segurança Pública, dando conta da despesa que estas duas forças de segurança vão ter de suportar a partir de 2022.

César Nogueira lamentou também que não estejam previstas verbas para a atualização da tabela remuneratória, relembrando que tal não acontece na GNR desde 2009.

O presidente da associação socioprofissional mais representativa da GNR criticou ainda que o Governo anuncie um investimento de 10 milhões de euros em infraestruturas de habitação para as forças de segurança com dinheiro que não é da corporação, nem do Estado.

“Essas habitações não são da GNR, são dos beneficiários dos serviços sociais, que são os militares da GNR no ativo, na reforma e na reserva, e é sustentado com as quotas dos associados. O Estado tenta de alguma forma quase que apoderar-se dos serviços sociais”, disse.

Na proposta de OE2022, o Governo avança que prevê lançar, até ao terceiro trimestre do próximo ano, os concursos públicos para a construção das habitações para os elementos da PSP e GNR deslocados e em início de funções.