A União Europeia e a Ucrânia deram esta terça-feira mais passos no aprofundamento das suas relações, com a assinatura de diversos acordos durante a 23.ª cimeira, celebrada em Kiev, por ocasião da qual garantiram estar cada vez “mais próximas”.

Durante esta cimeira de Kiev, que contou com a participação do Presidente ucraniano, Vlolodymyr Zelensky, dos presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ainda do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, as partes assinaram um acordo global de transporte aéreo, que abre caminho a uma “área de aviação comum” entre UE e Ucrânia, que deverá proporcionar mais ligações diretas em ambos os sentidos.

O encontro desta terça-feira serviu ainda para a finalização da associação da Ucrânia ao programa de investigação e inovação europeu “Horizonte Europa” 2021-2027, que permitirá a investigadores ucranianos participar nas mesmas condições que os seus congéneres comunitários, assim como a associação da Ucrânia ao programa “Europa criativa”, que apoia os setores cultural e criativo para os próximos sete anos.

Durante a conferência de imprensa que se seguiu à cimeira, Von der Leyen adiantou também que a UE está a estudar vários cenários para garantir fornecimento de gás à Ucrânia, face às “entregas muito baixas da Gazprom”, contando-se entre as possibilidades em equação o fluxo desde a Eslováquia, através de um gasoduto adicional, e o armazenamento comum de gás.

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Estamos a trabalhar para a independência energética, que é tão vital para a Ucrânia como para a UE“, assegurou a presidente do executivo comunitário.

Na declaração conjunta adotada esta terça-feira, as partes reafirmam o seu empenho em continuar a fortalecer a associação política e integração económica da Ucrânia com o bloco europeu, reconhecendo “as aspirações europeias da Ucrânia” e saudando a sua “escolha europeia”.

No entanto, questionados sobre um eventual futuro processo de adesão da Ucrânia à UE, um desejo assumido por Zelensky, Charles Michel e Von der Leyen preferiram sublinhar todo o potencial ainda por explorar a nível do acordo de associação, que inclui um acordo de comércio livre, que entrou em vigor em 2017.

“Discutimos a forma como acelerar a aproximação entre Ucrânia e UE e ouvimos o apelo do Presidente ucraniano. Explicámos também que é necessário lançar um debate entre os Estados-membros. Mas há uma mensagem central: nós vemos bem que há uma aceleração muito clara desta dinâmica de aproximação”, declarou Charles Michel.