O artista visual Jorge Molder vai revelar alguns inéditos na nova exposição de fotografia intitulada “Mais tarde”, que é inaugurada na quinta-feira na Galeria Belo-Galsterer, em Lisboa, apresentada no contexto do Imago Photofestival 2021.

Nesta exposição vão estar 21 novas fotografias de grande formato, algumas inéditas, que compõem a série “Mais tarde”, cujo conteúdo são os motivos habituais de Jorge Molder: caras, mãos (sempre as do próprio artista), objetos e situações que surgem num ambiente difuso.

As obras, a preto e branco ou a cores, impressas sobre folhas de papel retangular, que permitem uma interação com o visitante a uma escala de quase espelho, sugerem “um mundo paralelo cheio de mistério, para quem aceita o convite de entrada”, num mundo “de sonho ou pesadelo”, segundo a descrição da galeria sobre a exposição que ficará patente até 15 de janeiro de 2022.

Jorge Molder é reconhecido pelas suas fotografias escuras e enigmáticas que envolvem uma interação muitas vezes desorientadora para o observador, e o seu trabalho levanta a questão de quem examina quem, se é o observador que olha o objeto ou vice-versa.

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Nascido em 1947, em Lisboa, Jorge Molder estudou Filosofia na Universidade de Lisboa e começou a sua carreira como artista na década de 1970, tendo apresentado a primeira exposição individual na Cooperativa Árvore, no Porto, em 1978, “Fotografias de Dentro e de Fora”, com poemas de Joaquim Manuel Magalhães e João Miguel Fernandes Jorge.

Em 1992 foi feito Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique, em 2007 ganhou o prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) e em 2010 venceu o Grande Prémio EDP/Arte, de carreira.

Foi diretor do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e artista convidado na Bienal de São Paulo de 1994, tendo representado Portugal na Bienal de Veneza de 1999.

Esta exposição na Galeria Belo-Galsterer também é parte integrante da programação paralela do Imago Lisboa Photofestival 2021, este ano já na sua terceira edição.

O Festival Imago Lisboa, dedicado à fotografia, decorre até ao final de outubro com a presença de 70 artistas em 37 exposições dispersas por 17 espaços culturais da capital, organizado em torno de duas temáticas: “The Family in Transition”, integralmente apresentada nas Carpintarias de São Lázaro, e “Rethinking Nature/Rethinking Landscape”, disseminada em vários espaços, que constituem o mote para reflexão em torno de questões fundamentais da atual sociedade.