O PS/Madeira advertiu esta terça-feira no parlamento regional que falta pagar mais de 80% da “dívida oculta” da região autónoma, detetada em 2011, vincando que a situação acarretou um aumento da carga fiscal sobre os madeirenses.

“Madeirenses pagam com os seus impostos os erros do passado cometidos pelo PSD”, afirmou o deputado socialista Vítor Freitas, numa intervenção no plenário, no período antes da ordem do dia, sublinhando que a carga fiscal é agora 35% superior.

O deputado referiu que, em 2011, a dívida da região autónoma era de 6.600 milhões de euros, situando-se, em julho de 2021, nos 5.441 milhões de euros.

“Falta pagar mais de 80%”, declarou, lembrando que há dez anos a carga fiscal no arquipélago era 30% inferior, ao passo que atualmente os madeirenses pagam os “impostos mais altos do país”, devido aos “erros” do PSD, que governa a região autónoma desde 1976.

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Vítor Freitas avançou com dados que apontam para 903 milhões de euros de impostos cobrados em 2019, vincando que essas verbas não são aplicadas em investimento, mas no pagamento da dívida pública da região.

“O PSD não gosta que se fale do passado, mas o passado tem impactos na vida presente dos madeirenses”, declarou.

A intervenção do deputado socialista não motivou reações da bancada da maioria PSD, mas o CDS-PP, parceiro de coligação dos social-democratas no Governo Regional, reagiu, com o deputado Lopes da Fonseca a acusar o PS não ser autonomista.

“Os madeirenses e os açorianos abominam a subserviência a governos da República, sejam de que cor for. Não gostam que lhes ponham o pé em cima”, disse, acrescentando: “Quando é que o PS vai assumir uma lógica de autonomia e demarcar-se da dependência do partido ao nível nacional?”.