André Ventura recandidata-se à liderança do Chega com legislativas antecipadas na mira e repete objetivos levados ao último Congresso: um resultado entre os 10% e os 15% e ministros num hipotético governo do PSD. O fundador do Chega aproveita a onda das autárquicas para apresentar a moção ao IV Congresso do partido e desvaloriza a falha de não ter conseguido ser “o terceiro maior partido em termos de votos” com uma alusão ao número de mandatos: “19 vereadores, 172 deputados em assembleias municipais e 205 representantes em assembleias de freguesia”.

Ventura recusa ‘geringonça’ de direita. Chega só viabiliza PSD se estiver no Governo

Numa moção de cinco páginas — em que repete grande parte do conteúdo com que venceu o Congresso há poucos meses — Ventura sublinha “a vitória” conseguida pelo partido nas autárquicas de 26 de setembro e já aponta às próximas: “Daqui a quatro anos seremos um dos dois partidos mais votados a nível autárquico”.

Uma das novidades — numa altura em que o Governo parece estar a braços com dificuldade para fazer aprovar a proposta de Orçamento do Estado entregue na Assembleia da República na segunda-feira — é a admissão de que “uma crise política poderá derrubar o Governo agora em funções” e que as próximas legislativas onde o partido quer um resultado entre os 10% e os 15% “podem chegar mais depressa do que o expectável”.

Repetindo ipis verbis o ponto que diz respeito a acordos de incidência parlamentar para viabilizar um eventual governo do PSD, Ventura frisa que só admite fazer parte da solução governativa se o partido integrar esse Executivo. “Não deverá” o Chega abdicar da “participação ministerial num governo eventualmente liderado pelo PSD”, caso contrário não terá “garantias” de que a “governação social-democrata (mesmo com centristas e liberais) será substancialmente diferente daquela que atualmente é conduzida pelo primeiro-ministro António Costa”.

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