Os pedidos de ajuda à Assistência Médica Internacional (AMI) cresceram no primeiro semestre a uma média de 128 novos casos de pobreza por mês, registando-se nesse período um aumento de 12% na procura de apoios pela primeira vez.

“No primeiro semestre de 2021, os serviços sociais da AMI em Portugal apoiaram 5.478 pessoas, das quais, 768 procuraram apoio pela primeira vez, um aumento de 12% relativamente ao mesmo período do ano anterior. Ao longo destes seis meses, os equipamentos sociais da AMI apoiaram uma média de 3.050 pessoas por mês, com uma média mensal de 128 novos casos de pobreza”, adianta a AMI em comunicado.

Os dados são divulgados a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala no domingo, 17 de outubro.

De acordo com o comunicado, a AMI ajudou no primeiro semestre de 2021 mais 13% de pessoas sem-abrigo do que nos primeiros seis meses de 2020, mais 177 pessoas englobadas num total de 811, onde a representatividade das mulheres está também em crescimento, que são já 33%, o que representa um aumento de 10 pontos percentuais face a 2020.

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As equipas de rua da AMI apoiaram nos primeiros seis meses do ano 172 pessoas em situação de sem-abrigo, das quais 59 representam novos casos para a instituição.

A procura de alimentos continua a dominar os pedidos de ajuda à AMI, com 22.784 solicitações, mas também houve pedidos de ajuda para apoio social, com 13.732 solicitações, e para roupa, com 2.159 solicitações.

“Os refeitórios dos equipamentos sociais serviram um total de 97.985 refeições (+13%) a 812 pessoas”, refere a AMI no comunicado, comparando o primeiro semestre de 2021 com o período homólogo.

No universo de pessoas que procuram ajuda, a maioria (52%) são mulheres. Quem pede ajuda está sobretudo em idade ativa, entre os 16 e os 65 anos (68%), seguindo-se os menores de 16 anos, que representam 24% dos pedidos de apoio e os idosos (8%).

Quem procura a AMI maioritariamente não tem emprego (64%) ou formação profissional (55%). Os pedidos de ajuda chegam quase na totalidade de portugueses (84%), mas também de pessoas oriundas dos países africanos de língua oficial portuguesa (10%).

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