O líder do Chega anunciou esta quinta-feira que pediu o adiamento do Congresso do partido em caso de chumbo do Orçamento do Estado, mantendo, no entanto, as eleições diretas agendadas para o dia 6 de novembro.

Em conferência de imprensa nos Passos Perdidos, na Assembleia da República, André Ventura afirmou que, apesar de não acreditar no chumbo do Orçamento do Estado, pediu esta quinta-feira à mesa do Conselho Nacional do Chega o adiamento do Congresso — agendado para 26, 27 e 28 de novembro – caso esse cenário se concretize e provoque eleições antecipadas.

“Não faz sentido, no meu entender, que, no momento em que os portugueses se preparam para eleições legislativas — caso isso venha a ocorrer — o Chega esteja a disputar questões internas e a eleger órgãos internos”, salientou.

Apesar disso, Ventura afirmou que o pedido de adiamento “nada tem que ver” com a sua legitimidade enquanto presidente do partido, afirmando que “as eleições diretas do partido manter-se-ão” para o dia 6 de novembro, tal como previsto.

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“Isso parece-me especialmente importante porque quem vai dar a cara nas eleições legislativas é o líder do partido. (…) Isto significa que o adiamento do Congresso pode fazer sentido, mas não faz sentido, na nossa perspetiva, adiar eleições diretas, uma vez que isso poderia colocar em causa a legitimidade do próprio presidente que se apresenta a eleições legislativas”, apontou.

Nesse sentido, aludindo às palavras do líder social-democrata, Rui Rio — que, na quarta-feira, pediu ao Conselho Nacional do PSD para adiar as eleições diretas do partido para depois da votação do Orçamento do Estado — André Ventura apelou a que os restantes partidos mantenham os seus sufrágios, afirmando que é “importante que o espetro da direita se apresente com líderes incontestados nos seus partidos, como força para as eleições legislativas”.

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O líder do Chega culpou ainda Rui Rio por ter rejeitado uma plataforma de convergência de direita que o próprio lhe tinha proposto e por, caso o cenário de eleições antecipadas se concretize, a direita se apresentar “fraca”, “numa total fragmentação”, “sem qualquer plataforma ou frente comum”.

As eleições diretas para a presidência do Chega decorrem a 6 de novembro, com o congresso do partido a ter lugar três semanas depois, entre 26 e 28 de novembro.