O regresso às aulas e às creches não se refletiu num aumento de casos de Covid-19 entre as faixas etárias mais jovens: a incidência, considerando crianças e jovens dos zero aos nove e dos 10 aos 19 anos, manteve a tendência decrescente já assinalada no final de agosto, escreve o jornal Público.

Numa altura pautada pelo ensino presencial e também pelo levantamento das máscaras nos recintos escolares, os alunos até aos nove anos (faixa etária 100% excluída da vacinação e que apresenta a maior incidência cumulativa a 14 dias) não registaram mais infeções, pelo contrário: 134 casos por 100 mil habitantes; a 14 de setembro esse valor estava nos 218.

 uma descida mais acentuada na faixa etária seguinte, dos 10 aos 19 anos, com uma redução de casos superior a 77% desde o primeiro dia de aulas, ou seja, de 347 para 80 casos por 100 mil habitantes. Este ano as aulas começaram entre 14 e 17 de setembro.

Para Carlos Antunes, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, os números mostram que as campanhas de vacinação entre os jovens, levadas a cabo em diferentes fases e grupos etários, tiveram “um efeito imediato”.

O investigador confirma que “não se notou” o impacto da abertura das escolas (bem como creches e jardins de infância) nos casos de Covid-19 nestas idades, referindo a aceleração na redução de casos entre crianças dos zero aos nove anos — já dos 10 aos 19 anos, a subida mais significativa aconteceu em setembro, estando agora “numa fase de planalto”.

Também Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores e Agrupamentos de Escolas Públicas, e Rodrigo Queirós e Melo, da Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo, concordam com o arranque pacífico do ano letivo, embora peçam mais clarificação nas regras a adotar nas escolas, sobretudo no que diz respeito ao isolamento.

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