O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta sexta-feira a necessidade de manter o ciclo de investimento e de modernização, aproveitando os recursos financeiros disponíveis, recordando que Portugal atingiu um novo máximo de investimento empresarial no primeiro semestre do ano.

“Nós tivemos, no primeiro semestre deste ano, um novo máximo de investimento empresarial, as empresas já estão a exportar 4% a mais do que exportavam em 2019, antes da crise da Covid, e já conseguiram reduzir o desemprego para níveis inferiores a que estava o desemprego no período anterior à crise”, lembrou António Costa em Almeirim, Santarém, onde presidiu à cerimónia de inauguração de um armazém automático da Sumol+Compal, um investimento na ordem dos 15 ME.

A “maior crise das nossas vidas” e o seu “impacto económico absolutamente brutal” foi lembrada por Costa para afirmar que, “não obstante”, as empresas portuguesas “mostraram uma resiliência extraordinária”, tendo dado conta da importância de manter o ciclo de investimento através dos vários instrumentos e recursos financeiros disponíveis, como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre outros.

Temos de manter este ciclo de investimento, de modernização do país, e aproveitar as exigências da dupla transição — climática e digital — não só para o país se continuar a desenvolver mas para as empresas continuarem a ter capacidade de se poderem modernizar”, disse o primeiro-ministro, que elogiou o exemplo de investimento efetuado pela empresa de Almeirim.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Como vimos nesta visita, a chave da modernização está na inovação e a base da inovação assenta na produção de conhecimento”, notou, tendo lembrado que o país, em 2020, foi “lá ao fundo”, e que “hoje, felizmente, está já acima, à tona de água”.

António Costa, que não prestou declarações aos jornalistas no final da visita, concluiria a sua intervenção com uma palavra de esperança e com um repto aos empresários.

“Tudo indica que, a manter esta continuidade, podemos chegar ao final de 2022 já tendo ultrapassado o nível a que estávamos em 2019“, afirmou, tendo defendido ambição para ir mais além: “temos de ter a ambição e obrigação, com os recursos postos à disposição do país, de ir bastante mais além e bastante mais rápido”, concluiu.

A Sumol+Compal investiu 15 milhões de euros no novo armazém automático em Almeirim, inaugurado esta sexta-feira, que vai permitir duplicar a capacidade de armazenagem no centro logístico desta cidade e aumentar a rapidez de expedição.

“O novo armazém automático de Almeirim representa um investimento de 15 milhões de euros e visa duplicar a capacidade de armazenamento, aumentar a rapidez de expedição, reduzir os ‘stocks’ totais de produtos acabados nas operações em Portugal e eliminar duplos transportes, reduzindo a pegada de CO2 [dióxido de carbono] em cerca de 1.000 toneladas por ano”, anunciou a empresa, em comunicado.

Com esta nova unidade, a Sumol+Compal passa a ter mais 12.000 metros quadrados (m2) de armazenamento com capacidade para 30.000 paletes.

O armazém dispõe de equipamentos que vão permitir processar mais de 600 paletes por hora.

A nova infraestrutura insere-se no plano de investimento de 45 milhões de euros previsto para o período 2019-2022.

A empresa adiantou ainda que a centralização das operações em Almeirim e o investimento em tecnologia vão garantir “maior eficiência energética, que chega a atingir uma redução de 50% no consumo dos equipamentos”.

Citado no mesmo documento, o presidente executivo da Sumol+Compal, Duarte Pinto, afirmou que esta inauguração representa um passo “muito importante na modernização da empresa”, respondendo a “enormes desafios do negócio”.