Na quinta-feira, o Sindicato da Hotelaria do Norte classificou de “ilegal” o comportamento de 19 trabalhadores dos bares e cantinas do Instituto Politécnico do Porto se terem apresentado ao serviço a 1 de outubro e continuarem sem trabalhar.

“Os 19 trabalhadores que se apresentaram ao serviço nos bares e cantinas do Instituto Politécnico do Porto (IPP) a 01 e outubro, cumprindo ordens da nova concessionária, continuam sem trabalhar”, denunciou esta quinta-feira o Sindicato da Hotelaria do Norte em comunicado à comunicação social.

A 1 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria do Norte havia anunciado que os funcionários da anterior empresa que explorava as cantinas e bares do IPP tinham sido reintegrados pela nova concessionária, tendo já regressado ao trabalho, mas o sindicato vem denunciar que afinal 19 trabalhadores que se apresentaram ao serviço nos bares e cantinas do IPP a 1 de outubro, cumprindo ordens da nova concessionária, “continuavam sem trabalhar”.

A Lusa contactou o IPP, que argumenta que aquela instituição é a primeira interessada em ter cantinas em pleno funcionamento.

O Politécnico do Porto é o maior interessado em ter as cantinas em pleno funcionamento, mas como instituição de Ensino Superior Pública deve reger-se pelo cumprimento da lei prevista”, lê-se numa resposta à agência Lusa.

Para o Sindicato da Hotelaria do Norte esse comportamento do IPP, “para além de ilegal, representa uma falta de responsabilidade social e uma falta de respeito pelos trabalhadores que continuam sem ocupação efetiva dos seus postos de trabalho, bem como revela falta de respeito pelos alunos que continuam sem acesso às refeições dos bares e das cantinas”.

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A 1 de outubro, o IPP tinha também dito que de acordo com o compromisso, os “trabalhadores tinham sido reintegrados”.

“Entre segunda e quarta-feira, os serviços de apoio alimentar estarão a funcionar em pleno. Neste momento, a empresa procede a trabalhos de limpeza e organização de ‘stock’, mas está tudo praticamente pronto para arrancar”, disse à Lusa, na altura, Ivo Costa Santos, responsável pelo Departamento de Ação Social do IPP.

A nova concessionária — Assincanti — “decidiu abdicar da concessão” e considerou que os equipamentos e instalações das cantinas e bares não asseguram condições mínimas para funcionar, recusando assumir a exploração do serviço de refeições das unidades do Politécnico do Porto, refere o sindicato em comunicado.

“Há uma empresa de reparação que tem estado a fazer obras nas instalações, a reparar e substituir equipamentos, mas esses trabalhos ainda não terminaram. Entretanto, a nova concessionária decidiu abdicar da com concessão”.

A 26 de agosto, cerca de 20 trabalhadores das cantinas e bares do IPP protestaram à frente da Segurança Social (SS) do Porto pedindo ajuda pelos cinco meses de salários em atraso e pela regularização das condições laborais.

“Trabalhadores das cantinas e bares do Politécnico do Porto em luta pelos pagamentos dos salários e pelos postos de trabalho”, “Exigimos respeito pelos direitos” e “Segurança Social escuta, os trabalhadores estão em luta” eram as frases que se podiam ler nas faixas e cartazes que os trabalhadores seguravam esta manhã na mão durante a concentração de protesto à frente do Centro Distrital da Segurança Social do Porto.

Os trabalhadores em protesto pertenciam à empresa Statusvoga Lda, que venceu o concurso de concessão das cantinas e bares dos diferentes estabelecimentos do IPP, mas que entretanto rescindiu o contrato e transferiu os funcionários para a alçada do IPP, que agora deu a concessão à Assincanti, que por sua vez decidiu abdicar da concessão.