Os países da União Europeia decidiram que o rumo certo para proteger o ambiente e a qualidade do ar nas grandes cidades do Velho Continente passa pela criação de condições atractivas para a venda de veículos eléctricos. As obrigações a que todos os Governos estão sujeitos, com o objectivo de tornar a utilização de veículos limpos mais fácil e acessível, inclui a criação de uma rede de postos de carga eficiente e a redução dos custos da mobilidade eléctrica, através de subsídios ou isenções fiscais.

Como seria de esperar, a União montou um sistema para controlar a implementação das medidas aprovadas pelos diferentes governos, com Espanha a dar nas vistas ao ter uma penetração no mercado de somente 4,4% de veículos eléctricos e híbridos plug-in, segundo a imprensa espanhola, cerca de metade da média europeia. E isto conduziu à emissão de uma nota de infracção.

Além do baixo volume de vendas de veículos menos poluentes preocupar os responsáveis da União, Espanha sobressai igualmente, de forma negativa, pelo número de postos de recarga para este tipo de veículos. Se considerarmos o número de carregadores por milhão de habitantes, Espanha tem 245 pontos de carga, contra 573 da média europeia.

Como se isto não bastasse, 86% dos carregadores espanhóis são AC, ou seja, de carga lenta, com potências entre 3,6 e 22 kWh. Esta solução é boa para híbridos plug-in, mas não para modelos 100% eléctricos, cujas baterias com maior capacidade os obrigam a ter de aguardar um mínimo de 2 a 3 horas antes de atingir a carga completa, desincentivando a sua aquisição.

Em resposta às críticas da União, a ministra dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana adjudicou recentemente 1000 milhões de euros, destinados à aquisição de veículos menos poluentes, sobretudo eléctricos, por parte das autarquias, outra área em que o país vizinho está manifestamente atrasado face à média dos restantes países e, mais uma vez, incumprindo as decisões tomadas pelos países da UE.

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