As autoridades gregas excluíram cerca de 36.000 migrantes da ajuda alimentar em centros de acolhimento localizados na parte continental do país, denunciaram esta segunda-feira 26 organizações humanitárias.

“Embora as práticas difiram de região para região, estima-se que 60% das pessoas que vivem em acampamentos no continente não recebem alimentos”, disseram as 26 organizações não-governamentais (ONG), que incluem o Conselho de Refugiados da Grécia e o Comité Internacional de Resgate.

Desde o início de outubro, as autoridades gregas são responsáveis pela distribuição de ajuda financeira europeia de emergência aos migrantes alojados nos campos, em substituição do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

No entanto, cerca de 36.000 pessoas concentradas nesses campos não receberam essa ajuda, asseguram as 26 ONG, que denunciam também que, “às vezes, a distribuição conta com alimentos de má qualidade e muitas vezes malcozinhados”.

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Quando questionado, o Ministério das Migrações grego garantiu que “todos os requerentes de asilo em campos no continente e nas ilhas têm direito à alimentação”, recebendo três refeições por dia.

Mas, admitiu, esta distribuição não diz respeito “aos refugiados que têm a obrigação de abandonar” os campos.  “Os migrantes cujos pedidos de asilo são rejeitados têm a obrigação de deixar o país”, respondeu o ministério.

Segundo as autoridades gregas, “não há limite de tempo” para o pagamento de ajuda financeira aos refugiados alojados nos campos, que será disponibilizada no final de outubro.

Os refugiados “têm o direito de trabalhar e podem solicitar outra assistência”, incluindo um programa de integração financiado pela União Europeia (UE), acrescentou o Ministério das Migrações grego.

Segundo as estimativas mais recentes, o número de refugiados na Grécia é de cerca de 96.000, indicou Mireille Girard, representante local do ACNUR, admitindo, porém, que muitos deles já deixaram o país em busca de asilo em países europeus mais ricos.