Duas pessoas estão detidas por suspeita de matar uma ativista ambiental e abandonar o corpo numa vala de drenagem no bairro da Costa do Sol, em Maputo, disse esta segunda-feira à Lusa fonte do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

Lara Muaves, uma ativista ligada ao Fundo Mundial para a Natureza (WWF) em Moçambique, terá sido morta na noite de quinta-feira na casa de um dos suspeitos, no bairro Kumbeza, arredores de Maputo, disse Hilário Lole, porta-voz do Sernic na cidade de Maputo.

“A vítima terá estado com o autor na noite do dia 14 e tiveram uma discussão. O autor terá posto óleo de travão na bebida da vítima, para acelerar a embriaguez, depois golpeou-a e com o apoio do seu amigo foram atirá-la no bairro da Costa do Sol, próximo à sua casa”, referiu o porta-voz do Sernic.

O corpo da vítima foi encontrado na manhã de sexta-feira numa vala de drenagem, apenas com roupa íntima e com uma “perfuração na barriga, feita com uma faca encontrada depois na casa do autor”, acrescentou o Sernic, referindo que o carro de Lara Muaves foi também encontrado junto da mesma residência.

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Estão detidas duas pessoas e são confessos. Segundo familiares [o suposto assassino] era empregado, controlava algumas obras da vítima, mas segundo o indiciado, eles tinham uma relação amorosa”, disse Hilário Lole.

De acordo com o Sernic, os suspeitos terão golpeado a vítima na barriga e tirado a sua roupa para que parecesse que se tratou de uma violação ou de um roubo e assim “distanciar-se do crime”.

Lara Muaves, coordenadora da WWF em Inhambane, no sul de Moçambique, era uma ativista muito conhecida no país, havendo uma série de figuras lamentando a sua morte.

“Aqui para os companheiros de causa, porque não pensar numa distinção Lara Muaves? Perpetuar o seu nome e exemplo? Ensinar às mais pequeninas quem ela foi?”, escreveu, na sua página da rede social Facebook, Carlos Serra, ambientalista moçambicano.

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