A Madeira teve “o melhor mês de agosto de sempre” na sua história do turismo, o que evidencia o início de um novo ciclo depois da pandemia da Covid-19, afirmou esta segunda-feira o presidente do Governo Regional.

“Os indicadores sobre um dos setores mais afetados pela pandemia, que foi o turismo, são extremamente positivos”, disse Miguel Albuquerque discursando na cerimónia de tomada de posse dos órgãos autárquicos eleitos em 26 de setembro no concelho de São Vicente, no norte da ilha.

Nas últimas autárquicas, a coligação PSD/CDS venceu as eleições no concelho de São Vicente, que elegeu os cinco elementos do executivo camarário.

O chefe do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS, sublinhou que a região teve “o melhor mês de agosto de sempre”, referindo-se aos últimos dados de que dispunha.

E complementou que os valores são “superiores a qualquer mês de agosto na história do turismo da Madeira” e ultrapassam os que eram considerados os melhores resultados do setor, registados em 2017 e 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O governante insular sublinhou que estes dados indicam que “um novo ciclo já se iniciou de recuperação económica e social” nesta região.

Albuquerque apontou que se registaram subidas no “preço do Revpar (ganhos por quarto de hotel) relativamente a 2019”, mencionando que neste indicador há acréscimos na ordem dos 20 a 23%

Sem apontar números, enfatizou que também se registaram acréscimos na ocupação e nos proveitos totais, o que, no seu entender, “significa que a estratégia adotada para salvaguardar e credibilizar a região como destino seguro está a surtir os seus efeitos nesta retoma”.

“Significa também que aquilo que foi adotado pelos empresários ligados ao setor, de não fazer descidas dos preços foi extremamente significativo e importante”, acrescentou.

Miguel Albuquerque defendeu ser necessário “continuar a apostar em todos os setores da atividade económica e diferenciá-los, não esquecendo de continuar a trabalhar para subir a qualidade da oferta turística e todos os setores agregados”.

O presidente do executivo vincou também que o Governo Regional vai “continuar a reduzir a carga fiscal para as empresas em sede de Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas coletivas (IRC) e continuar a adotar o diferencial fiscal, sobretudo para os primeiros escalões do Imposto Sobre o Rendimento Sobre Pessoas Singulares (IRS)”, o que vai ficar plasmado no próximo Orçamento Regional para 2022, que vai ser apresentado.

Neste discurso, o líder madeirense ainda anunciou que, para fazer face ao aumento “exponencial” do preço dos combustíveis, a Madeira vai “acompanhar a descida do imposto ISP (Imposto Sobre Produtos Petrolíferos)” e “adotar o diferencial”, que tem, desde 2018, na ordem de -7% para a gasolina e de -9% para o gasóleo, em relação ao valor praticado no território continental.

Nesta semana vamos adotar a manutenção deste diferencial relativamente à descida que está prevista também do ISP a nível nacional”, sustentou.

Miguel Albuquerque referiu que “todos os caminhos que constarão do próximo Orçamento da região visam manter a dinâmica económica, a liderança na inovação, no investimento, no apoio ao empreendedorismo e às empresas”.

“Nós aqui não temos nenhum complexo de esquerdas. Nós aqui refutamos o caminho do empobrecimento a que Portugal está votado”, afirmou, argumentando que a região tem “uma receita diferente” da do Governo de Portugal.

Enunciando que a política nacional “é a mesma de sempre”, reforçou que a Madeira “tem um caminho inverso” e vai “continuar a fazer uma aposta decisiva no tecido empresarial, no investimento público e privado, no empreendedorismo, na qualificação e educação das novas gerações”, insistindo na importância da digitalização, computação, criação de postos de trabalho qualificado e desenvolvimento.

O presidente do Governo Regional destacou igualmente que a costa norte da Madeira “tem um grande potencial” para receber investimento em todas as áreas e deve ser preparada para receber investimentos, assegurando estar disponível para reunir os presidentes eleitos dos municípios daquela parte da ilha para “iniciar esse trabalho decisivo”.