O PS de Estarreja exigiu esta segunda-feira explicações do presidente da Câmara, enquanto autoridade da proteção civil, sobre a emissão de óxido de azoto, ocorrida na sexta-feira, numa unidade do complexo químico.

Numa “tomada de posição” pública, o PS de Estarreja critica os termos em que foi dada a conhecer a libertação daquele gás para a atmosfera pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, “tratada como um acontecimento inofensivo para a saúde pública”.

Na sexta, durante a manhã, verificou-se uma emissão de gases com origem na Bondalti, que, de acordo com o Serviço Municipal de Proteção Civil, tratou-se de uma “emissão pontual de óxidos de azoto”.

“Durante alguns minutos há uma emissão destes poluentes, com forte impacto visual, mas não constitui qualquer risco para a saúde da população, ambiente, nem para a segurança das populações”, referiu a informação da proteção civil municipal.

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O PS põe em causa essa versão, observando que “o óxido de azoto, reagindo com o oxigénio presente no ar, forma dióxido de azoto, um dos principais poluentes atmosféricos e um gás altamente tóxico”.

Contactada pela Lusa, fonte municipal remeteu o esclarecimento do ocorrido para a informação colocada na sexta-feira no site municipal, adiantando que a mesma teve por base os esclarecimentos que foram prestados pela empresa.

Essa informação dava conta de que, pelas 11h30 de sexta-feira, “a fábrica de acido nítrico do Complexo de Estarreja parou intempestivamente, devido a um corte externo de energia elétrica” e que essa paragem súbita “origina uma baixa de rendimento do sistema de tratamento de gases e uma emissão pontual de óxidos de azoto”.

“Esta é uma limitação até das melhores tecnologias existentes, que é o caso da existente na Bondalti em Estarreja, não sendo possível evitar esta situação”, considerava a Proteção Civil municipal, admitindo que, “durante alguns minutos houve uma emissão desses poluentes, com forte impacto visual, mas não constituiu qualquer risco para a saúde da população, ambiente, nem para a segurança das instalações”.

Na tomada de posição pública, em que salienta que “o Partido Socialista, durante a campanha eleitoral, elegeu a qualidade do ar no concelho como uma das prioridades de combate”, a concelhia do PS questiona ainda a “normalidade”, face aos dados medidos pela estação de monitorização da qualidade do ar.

A estação de medição da qualidade do ar em tempo real, às 13:00, do dia 15 de outubro, assinalava a qualidade do ar como ‘moderado’, o que desde logo levanta questões à normalidade que se pretende dar a ocorrências deste tipo”, acrescenta o PS.

Em conclusão, o PS reconhece “os esforços que têm sido feitos pelas empresas ao longo dos anos para combater a poluição”, mas afirma não se conformar com o facto de Estarreja, no distrito de Aveiro, ser apontado como “um dos concelhos do país com pior qualidade do ar”.