Uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 “é essencial para garantir proteção aos mais vulneráveis”, como pessoas idosas ou com imunidades mais baixas, realçou esta segunda-feira, em Lisboa, o diretor da Organização Mundial da Saúde para a Europa.

“Não temos evidência para a generalizar na população”, sublinhou Hans P. Klüge, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita guiada à Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, na capital.

Em visita oficial a Portugal, esta segunda-feira e terça-feira, o diretor regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) frisou ainda que administrar a terceira dose em alguns “não pode ser vista como tirar algo” a outros.

Temos de fazer tudo ao mesmo tempo: garantir que todos obtêm a primeira e a segunda doses e, entretanto, na região da Europa, dar a terceira dose às pessoas mais vulneráveis”, defendeu.

O diretor regional da OMS congratulou o Governo português, e a ministra da Saúde, Marta Temido, em particular, por terem conseguido uma “elevadíssima taxa de vacinação“.

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Recordando que “em 35 dos 53 países” que integram a região Europa da OMS se está “a assistir a uma estabilização da vacinação”, Hans P. Klüge salientou: “Portugal, ao contrário, está a fazer um ótimo trabalho.” Esse “bom resultado”, acredita, resulta de “um forte sistema de saúde primário e, claro, de uma forte liderança política”.

Acompanhado pelo subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, Hans P. Klüge teve direito a vista guiada do próprio diretor da USF da Baixa, Martino Gliozzi.

“Portugal é um bom exemplo de cobertura universal” nos cuidados de saúde, destacou, enquanto ouvia que a USF da Baixa, em funcionamento desde agosto de 2015, tem 16 mil doentes inscritos, de 95 nacionalidades diferentes.

“Vimos que os países que tiveram melhor desempenho na resposta à Covid-19 são aqueles que, historicamente, investiram mais em cuidados de saúde primários e em saúde pública”, apontou.

O médico saudou ainda “a solidariedade de Portugal” para com os outros países de língua portuguesa. “A solidariedade internacional é muito importante, não é aceitável que nalguns sítios do mundo haja médicos, enfermeiros e idosos que ainda não receberam a primeira dose“, reconheceu.

O diretor regional apelou também à “coerência política” entre os países da Europa, no sentido de se “sentarem à mesa” para chegar a um consenso sobre as regras a aplicar.