O tabaco vai aumentar em 2022. A Imperial Brands, que comercializa marcas como a West ou John Player Special, estima que o aumento por maço seja de cerca de 10 cêntimos, como tem acontecido, até por causa das máquinas de venda que usam moedas.

Esta estimativa tem por base a proposta do Orçamento do Estado para 2022, apresentada pelo Governo que aplica uma atualização de 1% a todas as componentes do imposto sobre tabaco (que tem o ‘ad valorem’ e a componente específica).

Além destas duas componentes ao tabaco é aplicado um fator multiplicador que se aplica quando o preço está abaixo do preço médio vendido no ano anterior. Portugal tem um multiplicador de 102% e é este acréscimo que a Imperial Brands diz que não se devia aplicar.

É, aliás, contra este multiplicador que se tem batido em reuniões com o Governo. “O multiplicador não é justo e não cria equidade concorrencial entre os diferentes players. Somos contra e tentamos que seja abortado”, realçou Miguel Simões, responsável máximo para Portugal e Andorra da Imperial Brands, num encontro com a comunicação social.

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Este multiplicador é aplicado quando o preço após a aplicação dos impostos fica abaixo do tal valor médio e que para 2021 ficou fixado nos 4,64 euros, estimando a Imperial Brands que para 2022 seja fixado em portaria em 4,71 euros. Apanha cerca de 80% do mercado.

Segundo Miguel Brandão, este multiplicador está previsto como mecanismo contra os cigarros de baixo preço. Mas se Portugal está com 102%, a maior parte dos países europeus ficam abaixo dos 100%. Num quadro apresentado pela Imperial Brands registam-se apenas mais quatro países com essa sobrecarga: Bulgária, Chéquia, Finlândia e Letónia, além de Portugal (apesar de o multiplicador já ter descido dos 104 para 102%).

A Imperial Brands garante que o Estado não perde imposto se retirar esta sobrecarga. E é, por isso, que acredita que o último ano da atual legislatura (2023) se dê “o último passo gradual desta redução”.

A empresa – designada anteriormente por Imperial Tobacco – assume que está a investir em novos produtos. O tabaco aquecido ou vaporizado é um dos movimentos da indústria. Miguel Simões admite no curto prazo que a empresa pode vir a comercializar em Portugal o seu tabaco aquecido. Há 15 anos em Portugal, a Imperial Brands, que conta hoje com quase 50 trabalhadores, assume que “Portugal continua a ser um mercado prioritário. E é um mercado muito interessante para a Imperial” para introduzir novas alternativas de consumo. Funciona mesmo, assume o gestor, como mercado piloto e é por isso que admite expandir a gama de produtos ao tabaco aquecido.