O mineiro Zhu Xianjian fugiu da Coreia do Norte para a China a nado através do rio Tumen, localizado na fronteira entre os dois países. O homem de nacionalidade norte-coreana não só entrou ilegalmente em território chinês, como também assaltou várias casas na província de Jilin e chegou a esfaquear uma mulher, que ficou ferida com gravidade. O resultado foi uma pena de prisão de 11 anos a que se seguia uma deportação para o país natal, ao que conta a CNN.

No entanto, Zhu Xianjian conseguiu fugir, esta segunda-feira, da prisão onde cumpria pena, subindo um portão de uma espécie de barracão até ao telhado. Depois, conseguiu descer, rebolar pelo chão e ultrapassar as cercas que rodeavam o estabelecimento prisional. O momento foi partilhado em vários sites chineses e nas redes sociais, com milhões de visualizações, o que irritou as autoridades de Pequim, que tentaram, sem sucesso, apagar o vídeo da internet.

Num país em que as fugas das prisões são raras, o momento está a ser interpretado pelo regime chinês como uma afronta à segurança dos sistemas prisionais. Mas Pequim aproveitou a notoriedade do caso para tentar localizar o homem, oferecendo mais de 23 mil dólares (cerca de 20 mil euros) como recompensa, o que é equivalente a nove rendimentos médios anuais nas zonas rurais de Jilin.

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Em 2013, Zhu Xianjian fugiu da Coreia do Norte e chegou à cidade de Tumen, na província chinesa de Jilin, onde assaltou várias casas, roubando dinheiro, telemóveis e roupas. Foi preso horas depois, quando tentava fugir num táxi.

A pena que havia sido decretada a Zhu Xianjian em 2013 foi reduzida duas vezes por bom comportamento, por ter mostrado arrependimento pelos crimes e por ter participado ativamente na educação cultural, ideológica e vocacional proporcionada pelo Estado chinês.

O mineiro seria libertado em agosto de 2023, sendo depois deportado para a Coreia do Norte. Segundo a Organização Não Governamental Human Rights Watch, os norte-coreanos que fogem do país podem sofrer represálias, incluindo tortura e abusos sexuais.

Prisões na Coreia do Norte podem ser lugares de “tortura”, afirma ONU. Relatório testemunha tratamentos cruéis com detidos