O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, disse esta quarta-feira ser fundamental haver um “diálogo concertado e permanente” com a Câmara Municipal do Funchal para a concretização dos “interesses superiores” da população.

“Respeitaremos integralmente a autonomia municipal — e é bom respeitá-la —, mas, obviamente, não temos a arrogância de não dialogar uns com os outros, tendo em vista aquilo que é a persecução do interesse maior, que é da população que representamos”, disse.

Miguel Albuquerque falava na cerimónia de tomada de posse do novo executivo camarário do Funchal, presidido por Pedro Calado, que encabeçou a coligação Funchal Sempre à Frente (PSD/CDS-PP), vencedora com maioria absoluta das eleições autárquicas de 26 de setembro, após oito anos de governação de coligações lideradas pelo PS.

“É exigido pela população do Funchal que haja um franco diálogo, uma franca colaboração entre a câmara e o governo”, declarou, reforçando: “Só assim é que levaremos a bom porto aqueles que são os superiores interesses da nossa população do Funchal e, sobretudo, daqueles que mais precisam de nós — as famílias e os cidadãos mais vulneráveis.”

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O presidente do Governo Regional, também de coligação PSD/CDS-PP, vincou haver “muito trabalho para fazer” no Funchal, e garantiu que o executivo vai apoiar os projetos ao nível da mobilidade, da cultura, da promoção de habitação para jovens casais e da iniciativa privada.

Temos de estar preparados para continuar a trabalhar em parceria e todos temos de fazer um esforço gigantesco para que a Madeira continue, neste quase pós-pandemia, a crescer economicamente”, disse, realçando que a recuperação já começou.

E acrescentou: “Há uma dinâmica latente e evidente na nossa sociedade de recuperação, com os empresários a investir, o desemprego a diminuir e novos setores económicos a crescer.”

Miguel Albuquerque declarou, também, ser necessário diminuir a carga fiscal, que considera “asfixiante”, e libertar cada vez mais as famílias e os cidadãos da dependência do Governo e do Estado.

Nas eleições autárquicas de 26 de setembro, a coligação PSD/CDS-PP, liderada por Pedro Calado, que antes desempenhava a função de vice-presidente do Governo Regional, venceu com 46,98% (26.841 votos), tendo elegido seis vereadores.

A coligação Confiança (PS/BE/PAN/MPT/PDR), que governava o município, elegeu cinco vereadores.

O PSD/CDS-PP obteve também maioria absoluta na Assembleia Municipal, com 17 deputados, ao passo que a Confiança elegeu 14, tendo o PCP/PEV e o Chega ficado com um representante cada um.

A Confiança e o PSD também dividiam a liderança nas 10 freguesias do concelho, governando cinco cada um, mas os sociais-democratas venceram em nove e ficando apenas uma sob a tutela da Confiança.