O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse esta quarta-feira que a oferta de diálogo à Rússia se mantém em aberto, apesar da decisão do Kremlin de encerrar a sua missão diplomática junto da Aliança.

“Com a Rússia, lamentamos a posição em que estamos agora; especialmente quando as tensões são altas e as coisas estão difíceis, é importante ter um diálogo”, disse Stoltenberg durante uma conferência de imprensa antes da reunião dos ministros da Defesa aliados, que vai decorrer em Bruxelas, na quinta e na sexta-feira.

Stoltenberg, garantiu que os aliados continuarão “a trabalhar para o diálogo com a Rússia, inclusivamente no Conselho NATO-Rússia”, o principal fórum de discussão entre as duas partes.

“A oferta de reunião no Conselho NATO-Rússia ainda está em cima da mesa e cabe à Rússia responder positivamente“, sublinhou o secretário-geral da organização.

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Stoltenberg lamentou a decisão do Kremlin de fechar os escritórios diplomáticos junto da Aliança em resposta à retirada de credenciais da NATO a oito diplomatas da missão russa, que, segundo a organização, eram espiões.

Lamentamos esta decisão que não promove o diálogo e o entendimento mútuo. A política da NATO permanece consistente e continuamos abertos ao diálogo”, sublinhou Stoltenberg.

O secretário-geral insistiu que os diplomatas expulsos eram, na verdade, “agentes de informação russos” e que os países aliados mostraram preocupação com as “atividades maliciosas” da Rússia nos últimos anos.

Entre esses episódios, Stoltenberg citou “a tentativa fracassada de golpe em Montenegro, o ato de sabotagem na República Checa, o envenenamento em Salisbury (Reino Unido) e o ataque informático contra a Organização para a Proibição de Armas Químicas, em Haia”.

O secretário-geral garantiu que a NATO manterá a sua abordagem dupla na relação com a Rússia: diálogo, mas também “dissuasão e defesa”, explicando que a Aliança irá rever a situação perante o “desafio” representado pelos sistemas de mísseis russos com capacidade militar.

“A Rússia aumentou ainda mais o seu arsenal de mísseis e está a desenvolver sistemas hipersónicos”, que representam “uma ameaça real à segurança no cenário euro-atlântico”, concluiu Stoltenberg.