“Yes! O Teatro dos Sonhos está on fire! Estamos vivos! Somos Manchester United e nunca desistimos! Isto é Old Trafford!”, escrevia Cristiano Ronaldo nas redes sociais após a vitória frente à Atalanta, em que teve de novo um papel decisivo com o 3-2 da reviravolta a nove minutos do final. No dia em que se tornou de forma isolada o jogador com mais encontros na Liga dos Campeões, num dos muitos recordes que tem na competição, o avançado de 36 anos quase parecia estar a fazer a estreia na principal prova europeia de clubes. E isso explica também o que conseguiu fazer, o que continua a fazer o que ainda quer fazer.

Bruno assistiu, Ronaldo marcou e houve mais um milagre em Old Trafford: United vence Atalanta com reviravolta

Depois de ter saído para o intervalo visivelmente agastado pela desvantagem de dois golos e por alguns apupos que se começavam a ouvir por parte dos adeptos ingleses, Ronaldo caiu de joelhos a gritar de alegria após o apito final. Levantou-se, abraçou todos os companheiros de equipa, cumprimentou árbitros e adversários, foi saudando o público de punho cerrado até ser surpreendido pelas costas por um fã que correu quase meio campo para chegar perto de si mas que conseguiu apenas tocar na camisola do número 7 antes de ser intercetado pelos stewards. A noite estava feita, com o português a marcar o terceiro golos em três jogos da Champions e a garantir quatro dos seis pontos que os red devils somam nesta altura.

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Que golo do Cristiano. Indiscutivelmente, o melhor avançado a jogar de cabeça que o futebol alguma vez viu”, escreveu o antigo avançado e hoje comentador Gary Lineker no Twitter.

Aquele que foi o jogo 300 com a camisola do Manchester United terminou da melhor forma, com Ronaldo a aumentar um outro recorde que já estava na sua posse não só nos golos na Champions mas também no número de equipas a quem marcou, número que passou agora a ascender às 38. E com um outro dado: apenas 17 jogadores conseguiram fazer 38 ou mais golos na Liga milionária. Olhando ainda para os mais de 800 golos entre clubes e Seleção sénior, passam agora a ser 140 os que foram marcados de cabeça.

Antes, a reviravolta tinha começado nos pés de outro português, Bruno Fernandes. O médio, que já tinha sido um dos poucos destaques positivos da primeira parte no United, fez a (fantástica) assistência para o 2-1 de Marcus Rashford e cruzou também para o empate de Maguire com uma simulação de Cavani pelo meio. No final, o internacional admitiu as dificuldades criadas pela formação transalpina, destacou que o plantel está com o treinador e elogiou Ronaldo por mais um golo decisivo para os red devils.

“Foi um jogo complicado. Sabíamos que a Atalanta é um adversário difícil, que nos últimos anos tem estado a crescer muito, uma equipa que luta e corre muito mas acreditámos até ao final que era possível e ainda conseguimos a vitória. Ronaldo? A ligação pessoal é boa, éramos companheiros na Seleção, agora também somos no clube e é um privilégio poder estar nesta posição porque é um jogador que está no topo do futebol há 15 ou 17 anos, nem sei… Não há mais palavras para descrever o porque também é um jogador que não precisa de mais palavras para descrevê-lo. Ele é isto, em qualquer momento pode marcar como aconteceu. Golo importante para Ole [Solskjaer]? Foi tão importante como os outros. Temos confiança no treinador, sempre foi assim e acreditamos que estamos todos a crescer. Sabemos que estamos a fazer muitas coisas bem e vamos melhorar”, comentou numa entrevista à Eleven Sports… em espanhol.