A Polícia Judiciária admitiu esta quinta-feira à tarde que o homicídio ocorrido na estação de metro da Laranjeiras, em Lisboa, resultou de um conflito entre grupos rivais, que vivem em zonas distintas. Sem adiantar para já a causa do crime, a Judiciária diz que tem havido registo de grupos que se disputam nas redes sociais e que depois ajustam contas frente a frente. Ao início da noite, de acordo com a Agência Lusa, a PJ deteve o quarto suspeito, que continuava em fuga.
Os inspetores já detiveram três suspeitos, mas admitem que possa haver mais “um ou mais” suspeitos envolvidos no caso. Segundo o coordenador da Investigação Criminal de Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo (DLVT), Pedro Maia, agressores já detidos e vítima – todos com cadastro — já se conheciam, mas não há indicação que tivessem estado envolvidos em agressões anteriormente. Os suspeitos abordaram-no no metro das Laranjeiras, em Lisboa, porque teria conhecimento de que a vítima estaria naquela zona. “Foi uma situação fortuita”, garantiu o coordenador, que quis transmitir uma mensagem de tranquilidade aos utentes do metro.
A violência do crime — a vítima foi atacada com uma facada no pescoço e outra nas costas — é para a PJ a mesma que tem sido empregada noutros crimes que se têm registado nas últimas semanas, recusando fazer qualquer ligação ao período pandémico por ser ainda prematura a análise. Certo é, diz, que são comuns estas “querelas” ou conflitos “entre indivíduos residentes em zonas residenciais diferentes, potenciados pelo uso de redes sociais onde é fácil perceber o circulo de indivíduos destas pessoas que rodeiam estas mensagens”. Mensagens que são rastilhos para guerras entre grupos.
O crime aconteceu pelas 13h17 na estação do metro das Laranjeiras. Os suspeitos, indiferentes ao sistema de videovigilância ali instalado, atacaram a vítima que conheciam com uma facada no pescoço e outra nas costas e fugiram. A vítima, de 19 anos, com cadastro e a frequentar o ensino profissional, morreu no local — levando a que o metro deixasse de parar naquela estação até o corpo ser removido, já depois das 16. Três suspeitos acabariam detidos durante a madrugada, mas falta ainda recuperar o telemóvel da vítima.
Apesar de a Polícia Judiciária não avançar com as causas do crime e falar em conflitos que terão começado nas redes sociais, no comunicado enviado esta manhã refere que os suspeitos incorrem nos crimes de homicídio, roubo e posse de arma ilegal. A polícia procura agora mais suspeitos envolvidos no caso, temendo que possam existir represálias por parte do grupo da vítima. Agressores e vítimas residiam em bairros diferentes da Amadora.
O coordenador Pedro Maia afirmou que os agressores estavam bem inseridos profissionalmente e que “alguns” frequentavam cursos profissionais. Os restantes não terão ocupação conhecida. E acabou por dizer que a conferência de imprensa foi também forma de pacificar o sentimento generalizado da população, que normalmente se sente mais insegura perante um caso destes.