Yván Pozuelo, professor de francês na localidade de Gijón, foi suspenso durante oito meses e ficou sem salário após dar um dez — a nota máxima segundo o sistema de avaliação espanhol — “a quase todos” os alunos. O docente defendeu-se, dizendo que a sua prática “está dentro da lei” e refere que se um estudante “melhorar, por muito pouco que seja, merece o dez”. 

“Eu não penalizo o erro”, indicou o professor em várias entrevistas a meios de comunicação social espanhóis, vincando que “soma o que está bem”: “Se consigo que os alunos avancem um milímetro, esse milímetro é um dez”. Além disso, Yván Pozuelo sinalizou que este método confere “motivação total” na sala de aula, garantido que os estudantes estão “mais atentos”.

Contudo, o Secretariado de Educação das Astúrias discordou da abordagem e decidiu suspender o professor. No processo a que o jornal regional El Comércio teve acesso, pode ler-se que o docente atentou contra o “direito da avaliação objetiva”, negou-se “a fazer a evolução formativa dos seus alunos”, não “programou devidamente as aprendizagens da língua francesa” e não fazia os registos dos “rendimentos” dos estudantes.

Após ser suspenso, Yván Pozuelo afirmou, noutra entrevista ao El Comércio, que está a ser alvo de uma “caça às bruxas” de um “um grupo que não gostava dele” no seio da instituição escolar onde trabalhava. Reiterou novamente que todos os “alunos têm talento” e o que importa é a evolução, adiantando ainda que tem conhecimento de que outros professores também dão dez a quase todos os alunos.

Yván Pozuelo é também autor de um livro chamado “Escravos ou professores? A rebelião do 10”, onde defende que as notas são “parasitas” e funcionam como uma “varinha mágica arbitrária”, para além de incentivarem a “discriminação” e a “segregação” entre estudantes. Foi também convidado, em 2019, para dar uma palestra TEDx sobre o motivo pelo qual dava a nota máxima a todos os estudantes.

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