Já foram notificados 43.751 casos de infeção com SARS-CoV-2, entre 8.603.453 indivíduos com esquema vacinal completo contra a Covid-19 há mais de 14 dias — o que corresponde a 0,5%.

Dos infetados com esquema vacinal, registaram-se 467 óbitos por Covid-19 (1,1%), dos quais 345 óbitos (73,9%) em pessoas com mais de 80 anos. “O risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é duas a quatro vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com os dados de agosto, mês com os dados consolidados mais recentes”, lê-se no relatório.

A pandemia tem, neste momento, impacto reduzido na mortalidade, referem o autores do relatório. A 20 de outubro, a mortalidade específica por Covid-19 era de 9,4 óbitos por 100 mil habitantes a 14 dias. Abaixo dos 20 óbitos definidos pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo da Doença e de 10 óbitos definidos a nível nacional.

“A efetividade das vacinas do tipo mRNA (Pfizer-BioNTech e Moderna) contra hospitalizações foi estimada em 95% na população com idade entre os 65-79 anos e em 76% nos indivíduos com 80 ou mais anos”, descrevem os autores do relatório.

“Relativamente à redução de óbitos por todas as causas em doentes com teste positivo há pelo menos 30 dias, estimou-se uma efetividade de 95% e 81% nas faixas etárias dos 65 aos 79 anos e dos 80 e mais anos, respetivamente.”

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Pandemia com “intensidade reduzida e transmissibilidade moderada”

Na semana de 15 a 21 de outubro, Portugal atingiu a linha vermelha no que ao isolamento e rastreio diz respeito, com 89% (abaixo dos 90% que define o limite), segundo o relatório da Monitorização das Linhas Vermelhas elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) e Direção-Geral da Saúde (DGS).

Nos últimos sete dias, 89% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 83% dos casos”, descreve o relatório.

A atividade epidémica tem, neste momento, uma “intensidade reduzida e transmissibilidade moderada, com tendência estável a nível nacional”, lê-se no resumo do relatório.

Ainda assim, os autores do relatório consideram que o indicador impacto continua reduzido, uma vez que a proporção de notificações em atraso, o número de doentes em unidades de cuidados intensivos e a mortalidade por 100 mil habitantes a 14 dias, continuam num nível reduzido.

No nível moderado estão os outros dois indicadores: transmissibilidade e gravidade da doença, com todos os parâmetros, exceto a incidência, já no amarelo (o segundo de quatro níveis de gravidade).

Na referida semana, Portugal está com sinal amarelo para o índice de transmissibilidade — R(t) de 1,02 —, para a proporção de casos positivos (1,6%) e para a incidência em maiores de 65 anos (68 casos por 100 mil habitantes em 14 dias).

Linhas vermelhas_22-10-2021

Todas as regiões abaixo de 240 casos por 100 mil habitantes

“A 20 de outubro de 2021, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 91 casos por 100.000 habitantes em Portugal, representando uma tendência estável”, lê-se no relatório. A incidência mais baixa foi registada no Norte (73) e a mais alta no Algarve (135).

O Centro, com 106 casos por 100 mil habitantes, e a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 91, foram as regiões que mais subiram a incidência. O Alentejo, com 132 casos por 100 mil habitantes foi a que mais desceu.

População acima dos 80 anos mantém risco de infeção superior ao da população em geral

O grupo etário dos 20 aos 29 anos é o que tem a incidência cumulativa mais alta (151 casos por 100 mil habitantes) e continua a subir.

As pessoas com mais de 80 anos, apesar da tendência decrescente, têm uma incidência cumulativa de 90 casos por 100 mil habitantes. “Que reflete um risco de infeção superior ao risco da população em geral”, escrevem os autores do relatório.

“O grupo etário com 65 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 68 casos por 100.000 habitantes, valor inferior ao limiar definido de 120 casos por 100.000 habitantes.” O indicador está estável, mas incidência varia dentro dos vários grupos etário — dos 70 aos 79 anos é de 58 casos por 100 mil habitantes.

4 em 5 regiões aumentam o índice de transmissibildade

O índice de transmissibilidade cresceu em todas as regiões, à exceção do Alentejo, onde diminuiu, e está acima de 1 todo o continente, exeto no Alentejo e Algarve.

No Norte, o R(t) passou de 0,97 para 1,00, no Centro de 1,05 para 1,11, em Lisboa e Vale do Tejo de 1,02 para 1,03 e no Algarve de
0,85 para 0,95. A região do Alentejo apresentou uma redução do R(t) de 1,06 para 0,80.

Menos de um quarto do limite crítico camas de cuidados intensivos ocupado

A 20 de outubro havia 58 doentes com Covid-19 internados nas unidades cuidados intensivos (UCI) — 23% do limite crítico definido de 255. A tendência é estável, mas subiu 4% em relação à semana anterior.

A nível de taxa de ocupação por regiões, o Centro tem a taxa de ocupação mais alta (29%), com 10 das 34 camas disponíveis ocupadas, e o Algarve tem a taxa de ocupação mais baixa (17%), quatro das 23 camas de cuidados intensivos. Lisboa tem mais ocupadas (22), mas também tem mais camas disponíveis 103, ficando com uma taxa de ocupação de 21%.

“O grupo etário com maior número de casos de Covid-19 internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos (30 casos neste grupo etário a 20de outubro)”, lê-se no relatório.

Menos testes, mas positividade continua dentro dos limites

Fazem-se menos testes de diagnóstico e a taxa de positividade (testes positivos pelo total de testes realizados) tem aumentado, mas continua abaixo do limite de 4% — está em 1,6%.

A proporção de casos notificados na plataforma mais de 24 horas depois de ter sido pedido o teste foi de 6,2%, mas ainda assim abaixo do limite definido para os 10%.