O chefe de Estado português considera que Portugal e Angola vivem um “relacionamento excecional, em todos os domínios”, e internacionalmente formam “um eixo muito forte” na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e fora dela.

Numa conversa com o Presidente de Angola, João Lourenço, por videoconferência, transmitida esta sexta-feira na quarta edição do Fórum Euro-África, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou “as relações excelentes entre Estados”, que na sua opinião “só melhoraram ao longo dos últimos anos”.

Temos a mesma compreensão quanto à urgência na ultrapassagem da pandemia e temos a mesma compreensão quanto à urgência na recuperação económica e social. Angola está virada para isso, aceleradamente. Portugal também espera um crescimento apreciável este ano, virando uma página e apontando para anos próximos que são ocasião única de dar saltos qualitativos. Se podermos dar os saltos qualitativos em conjunto, isso é formidável”, declarou.

No plano internacional, o Presidente português realçou o “papel liderante” de Angola no continente africano e da parte de Portugal “o entrosamento com países europeus” que também se relacionam com Angola — que atualmente preside à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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“Portanto, temos um puzzle total em que nós formamos um eixo muito forte, Angola e Portugal, mesmo na CPLP, com muito relevo na CPLP, mas fora da CPLP. E esse eixo tem outros eixos conjuntos, tudo ajudado pelo relacionamento pessoal, e sobretudo por aquilo que aproxima os nossos povos, que se entendem muito bem, se dão muito bem: os portugueses que vivem em Angola e os angolanos que vivem em Portugal”, considerou.

Por Angola estar a exercer a presidência rotativa da CPLP, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se a João Lourenço como “o Presidente de todos os cidadãos da CPLP”, acrescentando: “É um prazer ter o meu Presidente João Lourenço nesta conversa”.

Em termos bilaterais, segundo o chefe de Estado português vive-se um “relacionamento excecional, em todos os domínios”, com relações pessoais “excecionais a todos os níveis”, pelas quais atribuiu ao seu homólogo angolano o “mérito fundamental”.

João Lourenço, em seguida, declarou: “Condenados a viver eternamente abraçados, nada pode abalar as relações que queremos sempre boas entre os nossos dois países. Portugal pode contar com Angola em todos os momentos, em todas das situações, da mesma forma que Angola conta com Portugal também em todos os momentos e em todas as situações”.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou a recente “cimeira ministerial entre Portugal e Angola”, que no seu entender decorreu “num clima excecional” e “mostrou o bom momento” das relações bilaterais.

A Covid-19 provocou mais de quatro milhões e 900 mil mortes em todo o mundo, entre mais de 241 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram mais de 18 mil pessoas com Covid-19 e foram contabilizados até agora mais de um milhão de casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O Fórum Euro-África é organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, associação sem fins lucrativos constituída em dezembro de 2012, com o alto patrocínio do anterior Presidente da República, Cavaco Silva, destinada a institucionalizar uma rede de contactos entre portugueses e lusodescendentes residentes no estrangeiro, com posições de destaque.

Esta associação tem como presidente honorário o Presidente da República e como vice-presidente honorário o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. O antigo primeiro-ministro português Durão Barroso preside à Mesa do Conselho da Diáspora.